Petróleo tem desconto recorde com vencimento de contrato
(Bloomberg) -- O petróleo negociado em Nova York recuou para a estrutura mais fraca em registro, à medida que o contrato atual se aproxima do vencimento. A situação aumenta a volatilidade em um mercado que enfrenta excesso de oferta e sumiço da demanda.
Os contratos futuros para o barril do tipo West Texas Intermediate chegaram a desabar 40% nesta segunda-feira, para o maior desconto em relação aos contratos para o mês seguinte. Essa estrutura, chamada contango, sinaliza excesso de oferta no curto prazo e é amplificada pelo vencimento do contrato atual na terça-feira. Os investidores estão vendendo contratos futuros que logo ficarão desatualizados e comprando contratos com vigência mais longa.
É no vencimento do contrato que a sofisticada negociação de derivativos se encontra com o mundo real dos oleodutos e tanques de armazenamento.
Geralmente a liquidação de dezenas de bilhões de dólares em negócios diários com futuros de WTI é feita financeiramente, porém todo contrato não encerrado após o vencimento precisa ser liquidado com uma entrega física de petróleo se as partes não chegarem a um acordo de balcão. Essas entregas são feitas na central de armazenamento em Cushing, no estado americano de Oklahoma, que é conectada por oleodutos ao Canadá, Centro-Oeste dos EUA, oeste do Texas e Costa do Golfo.
O problema é que a capacidade em Cushing está enchendo rapidamente porque o consumo de combustível desabou com o isolamento para conter a pandemia do coronavírus. Os estoques de petróleo aumentaram em quase 16 milhões de barris nas três semanas até 10 de abril, para 55 milhões de barris. A central tinha capacidade de armazenamento operacional de 76 milhões de barris em 30 de setembro, de acordo com a agência de informações de energia dos EUA (EIA).
É má notícia para investidores comprados em contratos futuros com vencimento em maio. Os que não fecharem a posição até o final do pregão de terça-feira têm apenas alguns dias para informar ao vendedor a forma de entrega, que deve ser realizada entre 1º e 31 de maio. No ritmo de preenchimento da capacidade em Cushing, será difícil achar espaço, especialmente no caso dos investidores financeiros que raramente atuam no mundo físico.
Esta é uma das razões pelas quais os contratos de maio estão sendo negociados com desconto em relação aos de junho. A diferença também está sendo impulsionada pelos fluxos dos ETFs (sigla em inglês para fundos negociados em bolsa) na direção dos contratos de junho. O U.S. Oil Fund, por exemplo, era responsável por cerca de 25% dos contratos de petróleo para junho na semana passada.
©2020 Bloomberg L.P.
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