Tensão EUA-China tende a piorar, dizem especialistas
(Bloomberg) — Com Donald Trump e Xi Jinping focados em aumentar o apoio doméstico após a pandemia, as relações entre Estados Unidos e China se deterioram rapidamente. E poucos em Washington ou Pequim parecem dispostos a reverter a situação.
Congressistas dos EUA pressionam o presidente a punir a China com sanções ou outras medidas devido à crescente influência do país asiático sobre Hong Kong e abusos dos direitos humanos contra a minoria muçulmana em Xinjiang. Enquanto isso, a China prometeu revidar enquanto avançava com a legislação de segurança nacional sobre Hong Kong, o que levou o secretário de Estado dos EUA, Michael Pompeo, a declarar que a cidade não era mais suficientemente autônoma.
E isso tudo só nesta semana. Os líderes das maiores economias do mundo mostram divergências sobre vários temas, como a pandemia de coronavírus, redes 5G, Taiwan e pesquisa acadêmica. Seus navios de guerra seguem lado a lado no Mar da China Meridional, suas empresas enfrentam obstáculos para investir e seus jornalistas foram alvo de restrições de vistos em um toma lá, dá cá.
O debate sobre se EUA e China estão em Guerra Fria deve se intensificar nos próximos meses, já que os dois líderes se concentram principalmente em apelar para seus próprios cidadãos, exaustos pela crise de vírus, em uma tentativa de manter o poder: Trump nas eleições de novembro, e Xi durante um conclave do Partido Comunista em 2022, que efetivamente serve como uma competição por liderança.
"Não há rampa de saída no momento para EUA e China pela razão bastante óbvia de que nenhum deles está buscando uma", disse Richard McGregor, pesquisador sênior do Instituto Lowy, em Sydney. "Os EUA sentem que mede forças com Pequim, um debate que será aguçado em ano de eleições presidenciais. E a China, sob Xi, está programada para não dar um passo atrás."
©2020 Bloomberg L.P.
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