BCE pede a bancos que ajustem seus modelos de negócio pelos juros baixos
Arantxa Iñiguez
Frankfurt (Alemanha), 23 mar (EFE).- A presidente do conselho de supervisão do Banco Central Europeu (BCE), Danièle Nouy, pediu nesta quarta-feira aos bancos europeus que ajustem seus modelos de negócios para manter a rentabilidade, dadas as baixas taxas de juros e os vários créditos problemáticos que alguns têm.
Ao apresentar à imprensa em Frankfurt o primeiro relatório anual de supervisão dos bancos da zona do euro, Nouy disse que "o ajuste dos modelos de negócio é o maior desafio que os bancos europeus enfrentam".
"Acredito que os bancos têm margem de manobra para realizar mudanças, os bancos poderiam trabalhar de forma mais eficiente", assinalou a presidente do conselho de supervisão do BCE.
"Os recentes episódios de volatilidade revelam incerteza em parte dos investidores, não necessariamente com relação à força dos bancos, mas mais à respeito de sua rentabilidade", disse Nouy.
"A rentabilidade é um desafio para os bancos pelos juros baixos, mas também pelos créditos problemáticos, por isso é uma boa oportunidade para revisarem seus modelos de negócio", avaliou Nouy.
E destacou que "é cada vez mais importante que os bancos administrem adequadamente seus riscos", porque as taxas de juros estão muito baixas e há abundante liquidez.
Ao lembrar os recentes episódios de volatilidade nos mercados de valores e a forte queda nas ações dos bancos, Nouy considerou que "muitos investidores estão preocupados com a capacidade dos bancos de adaptar seus modelos de negócio e manter sua rentabilidade".
O BCE começou na semana passada a emprestar dinheiro aos bancos a uma semana com juros de 0%. Ele recebe dos bancos 0,4% ao dia pelo excesso de liquidez e empresta a um dia a 0,25%.
Com esta redução das taxas de juros, o BCE quer que os bancos emprestem a empresas e famílias, mas ao mesmo tempo a nova regulação exige que tenham capital suficiente para cobrir possíveis perdas em posições de risco, o que o setor bancário considera uma mensagem contraditória.
A vice-presidente do conselho de supervisão do BCE, a alemã Sabine Lautenschlaeger, disse que o BCE prepara neste momento "uma revisão dos modelos internos dos bancos", porque muitas instituições financeiras significativas usam modelos internos para determinar os requerimentos de capital.
Os supervisores do BCE estabeleceram há um ano um grupo de trabalho para ajudar os bancos a reduzirem seus créditos problemáticos.
Mas Nouy também destacou que os bancos enfrentam outros desafios, por suas próprias práticas bancárias e pela digitalização dos serviços financeiros, para a qual alguns não estão bem preparados.
Ela insistiu que "era necessário fazer o que se fez" na regulação bancária após a crise financeira global e em um setor bancário fragmentado na Europa.
O BCE supervisiona desde novembro de 2014 o setor bancário europeu de forma repartida.
A entidade monetária europeia supervisiona diretamente 129 bancos da zona do euro e outros 3.500 bancos menores são supervisionados pelos bancos centrais nacionais.
O valor dos ativos supervisionados direta e indiretamente pelo BCE passa dos 26 trilhões de euros, 2,6 vezes o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro.
Nouy considerou que "os bancos europeus se tornaram mais resistentes nos últimos anos ao aumentar significativamente seus ratios de capital".
Desde 2012 o capital ordinário de nível 1 dos bancos europeus subiu de 9% a 13%.
Frankfurt (Alemanha), 23 mar (EFE).- A presidente do conselho de supervisão do Banco Central Europeu (BCE), Danièle Nouy, pediu nesta quarta-feira aos bancos europeus que ajustem seus modelos de negócios para manter a rentabilidade, dadas as baixas taxas de juros e os vários créditos problemáticos que alguns têm.
Ao apresentar à imprensa em Frankfurt o primeiro relatório anual de supervisão dos bancos da zona do euro, Nouy disse que "o ajuste dos modelos de negócio é o maior desafio que os bancos europeus enfrentam".
"Acredito que os bancos têm margem de manobra para realizar mudanças, os bancos poderiam trabalhar de forma mais eficiente", assinalou a presidente do conselho de supervisão do BCE.
"Os recentes episódios de volatilidade revelam incerteza em parte dos investidores, não necessariamente com relação à força dos bancos, mas mais à respeito de sua rentabilidade", disse Nouy.
"A rentabilidade é um desafio para os bancos pelos juros baixos, mas também pelos créditos problemáticos, por isso é uma boa oportunidade para revisarem seus modelos de negócio", avaliou Nouy.
E destacou que "é cada vez mais importante que os bancos administrem adequadamente seus riscos", porque as taxas de juros estão muito baixas e há abundante liquidez.
Ao lembrar os recentes episódios de volatilidade nos mercados de valores e a forte queda nas ações dos bancos, Nouy considerou que "muitos investidores estão preocupados com a capacidade dos bancos de adaptar seus modelos de negócio e manter sua rentabilidade".
O BCE começou na semana passada a emprestar dinheiro aos bancos a uma semana com juros de 0%. Ele recebe dos bancos 0,4% ao dia pelo excesso de liquidez e empresta a um dia a 0,25%.
Com esta redução das taxas de juros, o BCE quer que os bancos emprestem a empresas e famílias, mas ao mesmo tempo a nova regulação exige que tenham capital suficiente para cobrir possíveis perdas em posições de risco, o que o setor bancário considera uma mensagem contraditória.
A vice-presidente do conselho de supervisão do BCE, a alemã Sabine Lautenschlaeger, disse que o BCE prepara neste momento "uma revisão dos modelos internos dos bancos", porque muitas instituições financeiras significativas usam modelos internos para determinar os requerimentos de capital.
Os supervisores do BCE estabeleceram há um ano um grupo de trabalho para ajudar os bancos a reduzirem seus créditos problemáticos.
Mas Nouy também destacou que os bancos enfrentam outros desafios, por suas próprias práticas bancárias e pela digitalização dos serviços financeiros, para a qual alguns não estão bem preparados.
Ela insistiu que "era necessário fazer o que se fez" na regulação bancária após a crise financeira global e em um setor bancário fragmentado na Europa.
O BCE supervisiona desde novembro de 2014 o setor bancário europeu de forma repartida.
A entidade monetária europeia supervisiona diretamente 129 bancos da zona do euro e outros 3.500 bancos menores são supervisionados pelos bancos centrais nacionais.
O valor dos ativos supervisionados direta e indiretamente pelo BCE passa dos 26 trilhões de euros, 2,6 vezes o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro.
Nouy considerou que "os bancos europeus se tornaram mais resistentes nos últimos anos ao aumentar significativamente seus ratios de capital".
Desde 2012 o capital ordinário de nível 1 dos bancos europeus subiu de 9% a 13%.
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