Retomar crescimento é "questão-chave" para a América Latina, segundo a Cepal
Aldana Vales.
Buenos Aires, 8 abr (EFE).- Preocupada com as projeções para a América Latina neste ano, a Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe (Cepal) considera que retomar o crescimento, e fazer isso com inclusão social, são as "questões-chave" da região, segundo afirmou nesta sexta-feira a secretária executiva do organismo, Alicia Bárcena.
A titular da Cepal teve hoje em Buenos Aires uma reunião com a chanceler argentina, Susana Malcorra, na qual conversaram sobre a agenda de trabalho em comum do organismo e do país, como desenvolvimento sustentável e integração econômica.
Em entrevista coletiva no Palácio San Martín, sede da chancelaria argentina, Bárcena retomou alguns pontos das projeções divulgadas ontem pela Cepal para este ano, que incluem um retrocesso de 0,6% na economia da região.
O panorama adverso é composto, entre outros elementos, por uma desaceleração do comércio e da demanda agregada no mundo, uma China que já não procura tanto os produtos da região e uma mudança de tendência no investimento direto, que se dirige agora aos países mais desenvolvidos enquanto apenas 5% chega às economias latino-americanas.
A crise no Brasil também teve um grande impacto na região, devido à recessão "muito grande" no país, aguçada, entre outros fatores, porque a legislação brasileira não permite que as empresas investigadas continuem atuando na economia.
"O crescimento é uma das questões-chave de nossa região em termos econômicos. É o primeiro desafio", assegurou Bárcena.
"O segundo é como fazer isso com inclusão social, como não sacrificar, perder ou retroceder no que conquistamos na região, que avançou muito no tema da pobreza e da desigualdade", acrescentou.
Nesse sentido, a secretária executiva da Cepal advertiu que "custa muito mais recuperar" a perda do tecido social e pediu aos países para cuidarem dos programas sociais, especialmente os que atendem "às famílias mais vulneráveis".
Além disso, o crescimento não poderá depender só do consumo "como no passado recente", considerou Bárcena, que sugeriu que os países busquem outros caminhos, como o que "está tentando a Argentina", para atrair investimentos produtivos.
"O investimento é a ponte entre o curto e o médio prazo", ressaltou.
A secretária executiva da Cepal também se referiu na entrevista coletiva à meta de inflação do governo de Mauricio Macri para 2016, situada em torno de 25%.
"Há oscilações, depende muito do impacto que terão o aumento das tarifas e a retirada de alguns subsídios. Tudo isso tem muita importância, compensado com os bônus que o governo manteve por filho nascido às famílias", declarou Bárcena.
Nesse sentido, Malcorra defendeu as medidas implementadas pelo governo de Macri desde sua posse no último dia 10 de dezembro.
"O tecido social tem uma enorme dependência das políticas de governo na Argentina neste momento", explicou a chanceler.
Para Malcorra, é "fundamental" o trabalho que atualmente desenvolvem o Ministério de Desenvolvimento Social e o de Trabalho para conseguir "um equilíbrio" entre os planos de ajuda social e o objetivo do gabinete econômico de diminuir o déficit fiscal.
"Os planos sociais não estavam estruturados estrategicamente para auxiliar seriamente aos mais vulneráveis. Havia superposição de planos ou ausência de planos", especificou.
Para Bárcena, na maioria dos países da região se observa um "ajuste", uma diminuição do gasto público, porque o espaço fiscal "é menor".
No entanto, sustentou que a Cepal adverte que essa diminuição não deve sacrificar "o tema social" para que não afete "às famílias mais vulneráveis".
Buenos Aires, 8 abr (EFE).- Preocupada com as projeções para a América Latina neste ano, a Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe (Cepal) considera que retomar o crescimento, e fazer isso com inclusão social, são as "questões-chave" da região, segundo afirmou nesta sexta-feira a secretária executiva do organismo, Alicia Bárcena.
A titular da Cepal teve hoje em Buenos Aires uma reunião com a chanceler argentina, Susana Malcorra, na qual conversaram sobre a agenda de trabalho em comum do organismo e do país, como desenvolvimento sustentável e integração econômica.
Em entrevista coletiva no Palácio San Martín, sede da chancelaria argentina, Bárcena retomou alguns pontos das projeções divulgadas ontem pela Cepal para este ano, que incluem um retrocesso de 0,6% na economia da região.
O panorama adverso é composto, entre outros elementos, por uma desaceleração do comércio e da demanda agregada no mundo, uma China que já não procura tanto os produtos da região e uma mudança de tendência no investimento direto, que se dirige agora aos países mais desenvolvidos enquanto apenas 5% chega às economias latino-americanas.
A crise no Brasil também teve um grande impacto na região, devido à recessão "muito grande" no país, aguçada, entre outros fatores, porque a legislação brasileira não permite que as empresas investigadas continuem atuando na economia.
"O crescimento é uma das questões-chave de nossa região em termos econômicos. É o primeiro desafio", assegurou Bárcena.
"O segundo é como fazer isso com inclusão social, como não sacrificar, perder ou retroceder no que conquistamos na região, que avançou muito no tema da pobreza e da desigualdade", acrescentou.
Nesse sentido, a secretária executiva da Cepal advertiu que "custa muito mais recuperar" a perda do tecido social e pediu aos países para cuidarem dos programas sociais, especialmente os que atendem "às famílias mais vulneráveis".
Além disso, o crescimento não poderá depender só do consumo "como no passado recente", considerou Bárcena, que sugeriu que os países busquem outros caminhos, como o que "está tentando a Argentina", para atrair investimentos produtivos.
"O investimento é a ponte entre o curto e o médio prazo", ressaltou.
A secretária executiva da Cepal também se referiu na entrevista coletiva à meta de inflação do governo de Mauricio Macri para 2016, situada em torno de 25%.
"Há oscilações, depende muito do impacto que terão o aumento das tarifas e a retirada de alguns subsídios. Tudo isso tem muita importância, compensado com os bônus que o governo manteve por filho nascido às famílias", declarou Bárcena.
Nesse sentido, Malcorra defendeu as medidas implementadas pelo governo de Macri desde sua posse no último dia 10 de dezembro.
"O tecido social tem uma enorme dependência das políticas de governo na Argentina neste momento", explicou a chanceler.
Para Malcorra, é "fundamental" o trabalho que atualmente desenvolvem o Ministério de Desenvolvimento Social e o de Trabalho para conseguir "um equilíbrio" entre os planos de ajuda social e o objetivo do gabinete econômico de diminuir o déficit fiscal.
"Os planos sociais não estavam estruturados estrategicamente para auxiliar seriamente aos mais vulneráveis. Havia superposição de planos ou ausência de planos", especificou.
Para Bárcena, na maioria dos países da região se observa um "ajuste", uma diminuição do gasto público, porque o espaço fiscal "é menor".
No entanto, sustentou que a Cepal adverte que essa diminuição não deve sacrificar "o tema social" para que não afete "às famílias mais vulneráveis".
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