Grupo francês reconhece que financiava EI para operar na Síria
Paris, 20 set (EFE).- O grupo francês de cimentos Lafarge, agora fundido com o Holcim, reconhece que pagou cerca de 20 mil euros ao Estado Islâmico (EI), bem como diversas quantias a outras organizações armadas, em forma de extorsão para poder manter sua atividade na fábrica de Jalabiya, na Síria, em plena guerra.
Essas informações foram reveladas nesta quarta-feira pelo jornal "Le Monde" e a revista "Le Canard Enchaîné", de acordo com declarações de alguns diretores da empresa, em particular da filial Lafarge Cement Syria (LCS), à justiça francesa, que abriu uma investigação em outubro do ano passado.
Os investigadores não só chegaram à conclusão de que a companhia financiou "indiretamente" grupos terroristas mediante a elaboração de documentos contábeis falsificados, mas também que provavelmente isso foi encoberto por alguns superiores, em particular o que era presidente do grupo, Bruno Lafont, como reconheceram três diretores.
Dos interrogatórios fica evidente, segundo "Le Monde " e "Le Canard Enchaîné", que a decisão de manter a atividade em Jalabiya entre 2011 e 2014, apesar dos riscos que supunha em pleno conflito, recebeu a autorização das autoridades francesas com as quais Lafarge manteve encontros regulares sobre esta questão.
Mas também revela que os responsáveis dessa usina - em serviço desde o final de 2010, graças a um investimento de US$ 860 milhões - omitiram dos diplomatas que isso era feito mediante o pagamento de centenas de milhares de dólares a diferentes grupos armados, alguns catalogados como terroristas (em particular o EI), para que permitissem seu funcionamento.
A situação foi se degenerando conforme avançava a guerra e, segundo o relato do diretor até junho de 2014, Bruno Pescheux, no verão de 2012 foram tirados do país os trabalhadores estrangeiros.
Além disso, foi pedido a alguns empregados que deixassem de comparecer por razões de segurança devido às suas crenças.
O responsável da LCS afirmou que a ideia era "preservar as integridade do local fazendo-o funcionar, ainda que fosse de forma descontinuada", para manter a presença da empresa, com a perspectiva das necessidades de reconstrução do país.
No entanto, a partir de setembro/outubro desse ano, perante a exigência de comissões por parte de grupos armados presentes na região, foi colocado em funcionamento um dispositivo cuidado por um antigo acionista do grupo, Firas Tlass, filho de um ex-ministro de Defesa do presidente sírio, Bashar Al-Assad, que tinha passado à oposição.
Firas Tlass recebia de US$ 80 mil a US$ 100 mil por mês para negociar com grupos que estabeleciam controles armados e punham em perigo a atividade em Jalabiya.
Em outubro de 2012, nove empregados que tinham deixado de trabalhar pouco antes foram sequestrados quando foram cobrar dívidas e Lafarge pagou para a liberdade às milícias locais o equivalente a 200 mil euros em libras sírias.
Em junho de 2013, o EI tomou a cidade de Raqqa, a 87 quilômetros, e depois de meses a organização terrorista passou a fazer parte dos que extorquiam à empresa.
O diretor do local reconheceu que o nome do EI apareceu em alguns documentos.
Ao ser perguntado sobre se tinha uma ideia de quanto era pago por mês ao grupo terrorista EI, Pescheux respondeu que "cerca de 20 mil euros por mês".
Essas informações foram reveladas nesta quarta-feira pelo jornal "Le Monde" e a revista "Le Canard Enchaîné", de acordo com declarações de alguns diretores da empresa, em particular da filial Lafarge Cement Syria (LCS), à justiça francesa, que abriu uma investigação em outubro do ano passado.
Os investigadores não só chegaram à conclusão de que a companhia financiou "indiretamente" grupos terroristas mediante a elaboração de documentos contábeis falsificados, mas também que provavelmente isso foi encoberto por alguns superiores, em particular o que era presidente do grupo, Bruno Lafont, como reconheceram três diretores.
Dos interrogatórios fica evidente, segundo "Le Monde " e "Le Canard Enchaîné", que a decisão de manter a atividade em Jalabiya entre 2011 e 2014, apesar dos riscos que supunha em pleno conflito, recebeu a autorização das autoridades francesas com as quais Lafarge manteve encontros regulares sobre esta questão.
Mas também revela que os responsáveis dessa usina - em serviço desde o final de 2010, graças a um investimento de US$ 860 milhões - omitiram dos diplomatas que isso era feito mediante o pagamento de centenas de milhares de dólares a diferentes grupos armados, alguns catalogados como terroristas (em particular o EI), para que permitissem seu funcionamento.
A situação foi se degenerando conforme avançava a guerra e, segundo o relato do diretor até junho de 2014, Bruno Pescheux, no verão de 2012 foram tirados do país os trabalhadores estrangeiros.
Além disso, foi pedido a alguns empregados que deixassem de comparecer por razões de segurança devido às suas crenças.
O responsável da LCS afirmou que a ideia era "preservar as integridade do local fazendo-o funcionar, ainda que fosse de forma descontinuada", para manter a presença da empresa, com a perspectiva das necessidades de reconstrução do país.
No entanto, a partir de setembro/outubro desse ano, perante a exigência de comissões por parte de grupos armados presentes na região, foi colocado em funcionamento um dispositivo cuidado por um antigo acionista do grupo, Firas Tlass, filho de um ex-ministro de Defesa do presidente sírio, Bashar Al-Assad, que tinha passado à oposição.
Firas Tlass recebia de US$ 80 mil a US$ 100 mil por mês para negociar com grupos que estabeleciam controles armados e punham em perigo a atividade em Jalabiya.
Em outubro de 2012, nove empregados que tinham deixado de trabalhar pouco antes foram sequestrados quando foram cobrar dívidas e Lafarge pagou para a liberdade às milícias locais o equivalente a 200 mil euros em libras sírias.
Em junho de 2013, o EI tomou a cidade de Raqqa, a 87 quilômetros, e depois de meses a organização terrorista passou a fazer parte dos que extorquiam à empresa.
O diretor do local reconheceu que o nome do EI apareceu em alguns documentos.
Ao ser perguntado sobre se tinha uma ideia de quanto era pago por mês ao grupo terrorista EI, Pescheux respondeu que "cerca de 20 mil euros por mês".
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