Fazenda holandesa vende primeiros ovos produzidos sem emissão de CO2
Alejandra Mahiques.
Haia, 6 nov (EFE) - A partir de energia limpa e uma alimentação procedente de resíduos, a empresa holandesa Kipster afirmou ter produzido o primeiro ovo sem emitir uma única grama de CO2.
"Há três anos nos propusemos a investir em um novo conceito de fazenda, onde as galinhas produzissem o ovo mais sustentável do mundo, sem que o preço disparasse para o consumidor", explicou à Agência Efe um dos cofundadores da Kipster, Ruud Zanders.
A fazenda, que fica no sul da Holanda, produz ovos de galinhas brancas, da raça Leghorn, que são mais eficientes, segundo Zanders.
"Elas precisam de menos recursos do que outras raças para produzir a mesma quantidade de ovos", explicou.
O segundo passo para a produção de um ovo livre de CO2 é o uso exclusivo de energias renováveis. Por isso, a firma instalou 1.100 painéis solares para suprir a fazenda.
Por fim, o terceiro elemento é o aproveitamento de resíduos da indústria alimentícia para a ração das aves. A empresa utiliza, segundo Zanders, excedentes da colheita não apta para o consumo humano, mas que podem ser dados às galinhas.
"Um exemplo é o cereal procedente da indústria do óleo vegetal", explicou o cofundador da Kipster.
Com esses três avanços, a empresa garante que consegue reduzir a emissão de CO2 na produção em 90%. O restante, que não é eliminado, acaba compensado com investimentos em produtos de energia solar e reflorestamento.
A ração criada a partir de resíduos de alimentos pode servir de modelo para outros produtores, segundo o pesquisador da Universidade de Wageningen, Bram Bos.
"É um alimento que não faz uso da terra disponível e, portanto, seu impacto na mudança climática é muito menor", afirmou.
Esse mesmo avanço, no entanto, é também a principal limitação do modelo proposto pela Kipster, destacou o especialista.
"O volume de resíduos necessários para alimentar todas as galinhas chocadeiras é muito maior do que o que está disponível hoje. Esse é um problema global", explicou.
Outra desvantagem está no preço. Com um custo de 24 centavos de euro por ovo, o produto livre de CO2 é 50% mais caro.
"Falta muito ainda até se conseguir uma grande produção nesse preço. Muita gente ainda não está disposta a pagar tanto por um ovo", explicou Bos.
Zanders, no entanto, diz que os ovos de sua empresa são mais baratos do que os orgânicos porque eles utilizam na produção milho mais caro, de boa qualidade.
"Isso é um contrassenso. Enquanto milhões de pessoas morrem de fome, damos alimento apto para consumo humano para nossos animais", afirmou o empresário.
Após a produção, os ovos são empacotados em caixas de fécula de batata, um material mais sustentável do que papelão. O produto então é levado a um supermercado que, desde outubro, vende com exclusividade o ovo livre de CO2.
Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a pecuária é responsável por 14,5% das emissões de CO2 no mundo, sendo que 8% vem da produção de ovos.
Haia, 6 nov (EFE) - A partir de energia limpa e uma alimentação procedente de resíduos, a empresa holandesa Kipster afirmou ter produzido o primeiro ovo sem emitir uma única grama de CO2.
"Há três anos nos propusemos a investir em um novo conceito de fazenda, onde as galinhas produzissem o ovo mais sustentável do mundo, sem que o preço disparasse para o consumidor", explicou à Agência Efe um dos cofundadores da Kipster, Ruud Zanders.
A fazenda, que fica no sul da Holanda, produz ovos de galinhas brancas, da raça Leghorn, que são mais eficientes, segundo Zanders.
"Elas precisam de menos recursos do que outras raças para produzir a mesma quantidade de ovos", explicou.
O segundo passo para a produção de um ovo livre de CO2 é o uso exclusivo de energias renováveis. Por isso, a firma instalou 1.100 painéis solares para suprir a fazenda.
Por fim, o terceiro elemento é o aproveitamento de resíduos da indústria alimentícia para a ração das aves. A empresa utiliza, segundo Zanders, excedentes da colheita não apta para o consumo humano, mas que podem ser dados às galinhas.
"Um exemplo é o cereal procedente da indústria do óleo vegetal", explicou o cofundador da Kipster.
Com esses três avanços, a empresa garante que consegue reduzir a emissão de CO2 na produção em 90%. O restante, que não é eliminado, acaba compensado com investimentos em produtos de energia solar e reflorestamento.
A ração criada a partir de resíduos de alimentos pode servir de modelo para outros produtores, segundo o pesquisador da Universidade de Wageningen, Bram Bos.
"É um alimento que não faz uso da terra disponível e, portanto, seu impacto na mudança climática é muito menor", afirmou.
Esse mesmo avanço, no entanto, é também a principal limitação do modelo proposto pela Kipster, destacou o especialista.
"O volume de resíduos necessários para alimentar todas as galinhas chocadeiras é muito maior do que o que está disponível hoje. Esse é um problema global", explicou.
Outra desvantagem está no preço. Com um custo de 24 centavos de euro por ovo, o produto livre de CO2 é 50% mais caro.
"Falta muito ainda até se conseguir uma grande produção nesse preço. Muita gente ainda não está disposta a pagar tanto por um ovo", explicou Bos.
Zanders, no entanto, diz que os ovos de sua empresa são mais baratos do que os orgânicos porque eles utilizam na produção milho mais caro, de boa qualidade.
"Isso é um contrassenso. Enquanto milhões de pessoas morrem de fome, damos alimento apto para consumo humano para nossos animais", afirmou o empresário.
Após a produção, os ovos são empacotados em caixas de fécula de batata, um material mais sustentável do que papelão. O produto então é levado a um supermercado que, desde outubro, vende com exclusividade o ovo livre de CO2.
Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a pecuária é responsável por 14,5% das emissões de CO2 no mundo, sendo que 8% vem da produção de ovos.
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