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BID: acordo comercial para toda América Latina geraria US$ 11 bilhões

30/05/2018 13h25

Washington, 30 mai (EFE).- A América Latina e o Caribe poderiam agregar US$ 11 bilhões aos fluxos anuais se mudasse os 33 acordos comerciais independentes em um só bloco de livre câmbio regional e atenuaria os efeitos negativos das atuais tensões comerciais, indicou um estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) publicado nesta quarta-feira.

O reporte, intitulado "Ligue os pontos: Um roteiro para uma melhor integração da América Latina e Caribe", afirma que, para concretizar qualquer esforço de integração significativa, Argentina, México e Brasil são atores fundamentais.

"Unidos, podem ajudar a melhorar a competitividade da região no exterior, particularmente no entorno do comércio atual, cada vez mais desafiante", disse no relatório Antoni Estevadeordal, gerente do Setor de Integração e Comércio do BID.

Ele advertiu que "isolados e sem uma massa crítica, estes tratados estão condenados à irrelevância ou, até, a uma morte lenta, à luz de mega acordos já vigentes na Europa, na Ásia e na América do Norte".

O BID propõe um roteiro para maximizar os benefícios por meio de um caminho de convergência dos acordos comerciais preferenciais (ACP) existentes, que conduza a um Tratado de Livre-comércio da América Latina e o Caribe (TLC-ALC), frente ao atual "complexo mosaico" de acordos ancorados nos seus dois principais blocos, a Aliança do Pacífico e o Mercosul.

Em um cenário de "atritos comerciais crescentes", suscitados pela agenda protecionista do presidente americano, Donald Trump, um acordo regional poderia constituir "uma apólice de seguro" efetiva contra as perdas de mercado.

"Um tratado de livre-comércio deste tipo poderia atenuar em até 40% os efeitos negativos dos atritos do comércio mundial sobre as exportações da América Latina e do Caribe", indica o reporte.

Os cálculos do organização multilateral apontam que, com a conseguinte eliminação de tarifas, o comércio inter-regional de todos os bens seria alavancado em 3,5% em média, o que equivale a US$ 11,30 bilhões a mais sobre a base dos fluxos de 2017.

De acordo com o relatório, o aumento das exportações oscilaria em 1% no caso da mineração dos países andinos, 8% nas manufaturas mexicanas e 21% na agricultura da América Central.

"Se os governos da região estão realmente comprometidos em fortalecer os argumentos políticos e econômicos a favor da integração, precisam se movimentar rápido. O tempo, infelizmente, não está a favor", disse o pesquisador do BID especialista em comércio e coordenador do estudo, Mauricio Moreira.