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Greve de enfermeiros adia 5 mil cirurgias em Portugal e gera polêmica

11/12/2018 18h46

Lisboa, 11 dez (EFE).- Uma greve de enfermeiros provocou o adiamento de cerca de 5 mil cirurgias nas duas últimas semanas em Portugal, colocando a legitimidade do movimento em xeque após declarações de representantes do governo e do Sindicato dos Médicos de que pacientes podem morrer devido à paralisação.

O tema dominou o último debate do ano no parlamento de Portugal com a presença do primeiro-ministro do país, António Costa, que considerou que o adiamento das cirurgias não é aceitável.

"Ninguém pode morrer pelo exercício do direito a greve", afirmou.

Perguntado sobre quanto tempo será necessário para realizar todas as operações atrasadas, Costa afirmou não ter uma estimativa, mas explicou que o governo reprogramará as cirurgias ao longo do primeiro trimestre de 2019.

A tensão entre enfermeiros, médicos e governo cresceu ontem após declarações do presidente do Colégio dos Médicos de Portugal, Miguel Guimarães, que afirmou que não podia garantir que pacientes não morressem por causa da paralisação.

As afirmações de Guimarães provocaram a reação do Sindicato de Enfermeiros, que afirmou que não houve situação em que a vida dos pacientes estava em risco devido à greve, que começou em 22 de novembro e está programada para seguir até 31 de dezembro.

Segundo o sindicato, há um contingente mínimo de profissionais trabalhando para realizar as cirurgias mais urgentes.

A ministra de Saúde de Portugal, Marta Temido, pediu que as partes contenham o "excesso verbal" porque isso pode transmitir uma "sensação de insegurança" na população.

Os cerca de 43,5 mil enfermeiros portugueses já realizaram várias paralisações ao longo deste ano, intensificando as ações no segundo semestre. Eles exigem melhores condições de trabalho e a criação de uma categoria de "especialista" para a classe.