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Finlândia concede licença à nova usina nuclear Olkiluoto 3

07/03/2019 14h04

Helsinque, 7 mar (EFE).- O governo da Finlândia anunciou nesta quinta-feira que concedeu a licença de operação para a nova usina nuclear Olkiluoto 3, o que abre o caminho para a entrada em funcionamento desse polêmico projeto, cuja construção durou uma década a mais que o previsto inicialmente.

A companhia elétrica finlandesa Teollisuuden Voima Oy (TVO), proprietária da nova central, explicou em comunicado que ainda deve receber a permissão da Autoridade de Radiação e Segurança Nuclear da Finlândia (Stuk, na sigla em finlandês) para a carga de combustível atômico, por isso calcula que a produção começará no início de 2020.

"A implementação de Olkiluoto 3 contribuirá para a redução das emissões de gases do efeito estufa. Quase 80% da eletricidade da Finlândia já é gerada sem causar emissões e a nova usina nuclear elevará esse percentual para 85%", disse em comunicado o ministro de Energia e Meio Ambiente da Finlândia, Kimmo Tiilikainen.

A licença do governo finlandês é válida até o fim de 2038, mas a vida útil da nova usina chega a 60 anos, por isso, previsivelmente, a central estará operacional pelo menos até 2080.

O parlamento finlandês decidiu autorizar a construção de Olkiluoto 3 em 2002 e de outras duas novas usinas nucleares em 2010, com o objetivo de reduzir sua dependência energética da Rússia e diminuir as emissões de gases do efeito estufa na atmosfera.

A Finlândia conta atualmente com quatro usinas nucleares que, segundo a TVO, geram cerca de 27% da eletricidade que é consumida no país nórdico, um número que aumentará para cerca de 40% quando Olkiluoto 3 entrar em funcionamento.

A nova usina nuclear de 1.600 megawatts de potência, situada no litoral oeste da Finlândia, é a primeira que começou a ser construída na Europa depois do acidente nuclear de Chernobyl (Ucrânia) em 1986.

Também é a primeira do mundo a utilizar um Reator Europeu Pressurizado (EPR, na sigla em inglês), uma tecnologia de terceira geração que será usada em outras centrais que atualmente estão em construção em vários países, entre eles França, Reino Unido e China.

A TVO encarregou a construção de Olkiluoto 3 ao consórcio franco-alemão formado pelas companhias Areva e Siemens em 2003, com um preço estipulado em US$ 3,7 bilhões.

As obras começaram em 2005 e, segundo os planos originais, a usina deveria começar a produzir eletricidade em 2009, mas vários contratempos e erros de cálculo atrasaram sua finalização em mais de dez anos.

Os custos do projeto dispararam e provocaram uma longa disputa judicial entre a TVO e o consórcio Areva-Siemens, que se acusavam mutuamente de serem os culpados pelo atraso. EFE