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Funcionários do Facebook tiveram acesso a senhas de 600 milhões de usuários

21/03/2019 17h00

San Francisco (EUA), 21 mar (EFE).- Dezenas de milhares de funcionários do Facebook tiveram acesso às senhas utilizadas em 600 milhões de contas criadas por usuários da rede social.

As revelações foram feitas nesta quinta-feira por um especialista em cibersegurança e confirmadas posteriormente pela própria empresa.

Os dados foram armazenados durante anos pelo Facebook sem estarem protegidos por um sistema de encriptação, como é habitual na indústria da tecnologia. Dessa forma, qualquer pessoa com acesso às senhas poderia lê-las sem qualquer dificuldade.

O primeiro a revelar o novo escândalo de privacidade envolvendo o Facebook foi o jornalista especializado em cibersegurança Brian Krebs. A própria empresa confirmou o caso posteriormente.

"Como parte das nossas rotinas de segurança, em janeiro descobrimos que algumas senhas tinham sido armazenadas em um formato que permitiam que elas fossem lidas em nossos sistemas internos", disse o vice-presidente para Segurança e Privacidade do Facebook, Pedro Canahuati, em uma postagem no blog oficial da empresa.

"Nos chamou a atenção porque nossos sistemas de conexão são projetados para 'esconder' as senhas mediante técnicas que fazem com que elas não possam ser lidas. Solucionamos o problema e, como medida de precaução, notificaremos todos os afetados", afirmou.

O Facebook tem 2,7 bilhões de usuários em todo o mundo. Por esse motivo, os 600 milhões de contas afetadas representam parte importante dos usuários que estão na rede social.

A companhia comandada por Mark Zuckerberg se envolveu em vários escândalos sobre a privacidade dos dados de seus usuários, abalando consideravelmente a imagem da empresa na opinião pública.

A maior polêmica foi revelada em março do ano passado, quando veio à tona que a consultoria britânica Cambridge Analytica usou um aplicativo para acessar, com fins políticos, milhões de dados da plataforma sem o consentimento dos usuários.

A empresa usou as informações para elaborar perfis psicológicos dos eleitores, que teriam sido vendidos para a campanha do agora presidente dos EUA, Donald Trump, nas eleições de 2016. EFE