OPEP formaliza cooperação com Rússia e outros 9 países
Viena, 2 jul (EFE).- A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), liderada pela Arábia Saudita, formalizou nesta terça-feira sua cooperação com a Rússia e outros nove aliados para enfrentar os crescentes desafios no mercado mundial.
Em cerimônia em Viena, os 24 países deste grupo, chamado "OPEP+", adotaram uma "carta de cooperação de longo prazo", pouco depois de começar uma reunião ministerial na qual se dispuseram a estender até 31 de março de 2020 o corte de produção em vigor desde janeiro.
Trata-se de "um marco de trabalho regular e sustentável" para a colaboração iniciada em 2016, segundo destacou o presidente rotativo da OPEP e ministro de Petróleo da Venezuela, Manuel Quevedo.
"Este acordo permanece aberto a todos os produtores interessados em unir-se a este esforço comum para manter um mercado petroleiro estável e sustentável no tempo", acrescentou Quevedo no seu discurso de inauguração da reunião.
"Nenhum de nós deseja voltar à terrível crise que experimentámos no ano de 2014", ressaltou, em alusão à queda de cerca de 80% que os preços registraram entre 2014 e 2016 (de US$ 115 a menos de US$ 30 por barril).
A queda se deveu a um excesso de oferta causado, sobretudo, pela crescente produção dos Estados Unidos, onde o auge do petróleo de xisto o transformou no primeiro produtor mundial de petróleo.
Diante desta situação, os antigos rivais Rússia e Arábia Saudita, relegados ao segundo e terceiro lugar como produtores - embora sigam sendo os dois maiores exportadores -, forjaram uma aliança que, por meios dos cortes de seus provisões, conseguiu a recuperação dos preços.
"Oferecemos de novo esperança a esta indústria em um período no qual a tínhamos perdido", lembrou Quevedo.
Por sua parte, o ministro de Petróleo saudita, Khalid al Falih, advertiu: "Temos que reconhecer que a volatilidade não vai desaparecer, as dinâmicas complexas e rapidamente em transformação vieram para ficar".
"Para ser efetivo, este marco de cooperação deve ser suficientemente flexível e incluir mais poder de produtores que o que pode fornecer a OPEP por si só", explicou o ministro.
Já seu homólogo russo, Alexander Novak, disse esperar que a "plataforma" institucionalizada hoje permita "reagir adequadamente" para "garantir um mercado estável no futuro".
Por outro lado, Novak pediu a seus colegas dos demais países independentes presentes que adotem a prorrogação do corte, depois que os 14 sócios da OPEP fizeram o mesmo ontem.
A redução de 1,2 milhão de barris diários (mbd) - 1,2% da demanda mundial - entrou em vigor em janeiro após ser adotada em dezembro do ano passado, quando o barril do Brent, que ontem terminou em US$ 65,55, tinha caído a menos de US$ 54.
Al Falih instou hoje todas as partes a cumprir estritamente com o compromisso e destacou que um dos seus objetivos é reduzir as reservas comerciais (estoques) de petróleo nos países consumidores.
O objetivo "é voltar ao nível médio de cinco anos de um período mais normal, o de 2010-2014, por exemplo, superado atualmente em 240 milhões de barris (de petróleo)", detalhou. EFE
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