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Google e Facebook serão vigiados por um escritório especial australiano

26/07/2019 04h34

Sydney (Austrália), 26 jul (EFE).- O governo da Austrália anunciou nesta sexta-feira a criação de um escritório especial para vigiar as atividades do Google e Facebook e garantir que eles respeitem os direitos de privacidade do consumidor e as leis antitruste.

A medida, impulsionada por uma recomendação da Comissão Australiana de Concorrência e Consumo (ACCC, sigla em inglês), ocorre em um contexto de preocupação com o poder dessas empresas de tecnologia nos mercados e a influência sobre a população através da coleta de dados privados.

A ACCC publicou hoje 23 sugestões junto com seu relatório final sobre plataformas digitais, encomendado pelo governo em 2017, que destaca a criação de um escritório especial dentro da agência australiana para "investigar e monitorar problemas nos mercados nos quais operam estas plataformas digitais".

"Essas empresas estão entre as mais poderosas do mundo", disse o chefe do escritório do Tesouro, Josh Frydenberg, observando que essas multinacionais precisam "ser responsáveis por suas atividades e mais transparentes".

Canberra também enfatizou que as plataformas digitais coletam e usam uma grande quantidade de informações pessoais e os consumidores precisam ser informados sobre os dados coletados, assim como quem e como eles os utilizam.

Frydenberg disse que há necessidade de desenvolver uma estrutura legal para garantir que o poder dessas empresas de tecnologia "não seja usado para reduzir a concorrência nos mercados de mídia (comunicação) ou de publicidade", segundo o comunicado do escritório do Tesouro.

"A ação sobre as leis de proteção ao consumidor e questões de privacidade, bem como as políticas e leis de concorrência serão vitais para resolver os problemas associados ao poder no mercado de plataforma digital e acumulação de dados do consumidor", disse o presidente da ACCC, Rod Simms.

No entanto, a diretora-gerente do Digital Industry Group, Sunita Bose, uma empresa que representa Google, Facebook e Twitter, pediu que o governo seja cauteloso.

"Estamos analisando de perto essas recomendações para garantir que elas não tragam consequências não propositais a todos os negócios digitais e a escolha dos produtos digitais disponíveis para os consumidores australianos", afirmou Sunita. EFE