China e EUA seguem sem acordo comercial após nova rodada de negociação
Pequim, 31 jul (EFE).- A primeira rodada de negociações comerciais entre China e Estados Unidos desde que seus presidentes, Xi Jinping e Donald Trump, assinaram uma trégua no final de junho, terminou nesta quarta-feira em Xangai sem um acordo, como já era esperado.
Após um jantar de trabalho e meio dia de negociações, analistas citados por meios de comunicação chineses afirmam que se tratou de uma reunião "simbólica" e "harmoniosa" que mostra a vontade de continuar negociando e que nenhuma das duas partes tem pressa de fechar um pacto definitivo.
Pela parte americana participaram o representante de Comércio Exterior, Robert Lighthizer, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, enquanto a parte chinesa foi representada pelo vice-primeiro-ministro Liu He e o ministro de Comércio, Zhong Shan, integrante da chamada linha dura do Partido Comunista da China.
As negociações tinha ficado travadas em maio, e Trump subiu de 10% para 25% o valor das tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses, o que levou Pequim a impor taxas em bens americanos no valor de US$ 60 bilhões.
Na cúpula do G20, os dois chefes de Estado estabeleceram uma nova trégua, e Washington freou a imposição de novas tarifas sobre as demais importações procedentes da China e aceitou permitir que as empresas americanas vendam produtos à tecnológica Huawei.
No entanto, os EUA mantêm em vigor suas tarifas sobre produtos chineses no valor de US$ 250 bilhões, enquanto a China conserva seus encargos a US$ 110 bilhões em importações americanas.
Enquanto as autoridades chinesas mantinham silêncio a respeito, a imprensa oficial assegurava que a bola estava no campo americano e exigia "sinceridade" e "bom senso" aos representantes enviados por Washington.
Por sua parte, Trump criticava Pequim por "mudar sempre o acordado" em seu benefício e de atrasar deliberadamente a assinatura de um acordo com a esperança de que um candidato democrata ganhe as eleições de 2020 nos EUA.
"O problema para eles, se esperarem, é que, quando eu ganhar, o acordo que conseguirão será muito mais duro que o que negociamos agora... ou não haverá acordo", ameaçou o presidente americano na sua conta do Twitter.
Os comentários não parecem ter repercutido bem: a emissora de televisão estatal chinesa "CCTV" assegurou que as "táticas de pressão" do presidente americano - a quem não citava diretamente - conseguiriam apenas "prejudicar" as novas negociações.
Já o jornal nacionalista "Global Times" destacou que as acusações americanas de que a China ainda não retomou as compras de seus produtos agrícolas são mentirosas, e lembrou que Washington ainda deve suspender as sanções sobre a Huawei.
As tensões entre Washington e Pequim têm suas raízes no desequilíbrio da balança comercial a favor da China, que exporta US$ 419 bilhões a mais do que importa dos Estados Unidos, e que Trump assegura que se deve às injustas práticas comerciais do gigante asiático. EFE
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