Crise de combustíveis em Cuba afeta universidades do país
Havana, 16 set (EFE).- A crise de combustíveis que Cuba atravessa, desencadeada pela suspensão do fornecimento na última quinta-feira, começa a afetar alunos das universidades do país, que estão tendo aulas suspensas ou reduzidas.
A Universidade Tecnológica José Antonio Echeverría, a principal do país em engenharias e arquitetura, fechará as portas em dois dias e só haverá aulas de quartas às sextas-feiras, segundo anunciou hoje a vice-ministra de Educação Superior, Martha Mesa.
Já na Universidade de Havana, a mais prestigiada de Cuba, as aulas foram suspensas à sextas-feiras, enquanto no restante da semana, a instituição passou a fechar mais cedo, às 15h (hora local), ao invés das 18h.
A imprensa local ainda veiculou que há medidas de economia de energia também na Universidade de Matanzas e na Universidade Central Marta Abreu de las Villas, ambas localizadas ao leste da capital cubana.
O governo do país está tentando reduzir o consumo de energia elétrica e combustível para transporte, em um momento em que Cuba enfrenta o que pode ser a pior crise de abastecimento desde 1990, quando atravessou uma prolongada escassez de alimentos.
O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, garantiu que a crise de quase três décadas atrás não está se repetindo. O chefe de Estado afirmou se tratar de uma situação "conjuntural", causada pelo aumento do embargo dos Estados Unidos, e as restrições ao envios de petróleo da Venezuela.
Cuba produz petróleo suficiente para cobrir 40% das necessidades do país, segundo dados do governo. O restante vem, quase totalmente, do território venezuelano, a preços subsidiados.
A entrega, no entanto, foi interrompida no sábado, e não haverá chegada de mais navios até outubro, o que está afetando todos os setores, inclusive, as indústrias locais, além de gerar temores como possíveis cortes de luz.
As autoridades locais garantem, no entanto, que não haverá interrupção de combustíveis para carros particulares, embora o transporte público urbano e interurbano, por rodovia e ferrovia ter sido restrito a serviços mínimos. EFE
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