Consórcio integrado pela OAS suspende obras de ponte de quase 3km no Chile
Santiago (Chile), 23 dez (EFE).- A subsidiária de engenharia da multinacional sul-coreana Hyundai, que lidera um consórcio do qual a construtora brasileira OAS faz parte, anunciou nesta segunda-feira a suspensão das obras de uma megaponte para ligar o território continental do Chile à ilha de Chiloé, no sul do país.
Em comunicado, a Hyundai acusou o governo do Chile de não cumprir os compromissos firmados com o consórcio e atuar de má-fé. O consórcio venceu a licitação para a obra em 2013 por US$ 480 milhões (R$ 1,96 bilhão na cotação atual).
"Pela primeira vez na história da Hyundai, depois de três anos de negociações, esperas e reiterados compromissos não cumpridos, a empresa se viu impossibilitada de continuar as obras sobre o canal de Chacao", afirmou a empresa sul-coreana.
Na nota, a Hyundai afirmou que tomou a decisão porque o governo do Chile se negou a formalizar as mudanças feitas no projeto inicial e a pagar pelos custos dessas alterações.
"O não cumprimento dos compromissos contraídos por parte do Ministério de Obras Públicas, a má-fé com que se conduziu as negociações, o prejuízo resultante disso e a completa insegurança jurídica nos levaram à conclusão de que é impossível continuar as obras", completou a multinacional.
Segundo a Hyundai, as mudanças no projeto original foram solicitados pelo governo da ex-presidente Michelle Bachelet, mas aprovados em dezembro de 2018 pela gestão de Sebastian Piñera. No entanto, nenhuma das alterações teria sido incluída no contrato.
Além da subsidiária da Hyundai e a OAS, integram o consórcio a francesa Systra e a norueguesa Aas-Jakobsen. Na nota, o consórcio diz lamentar os efeitos da situação sobre os habitantes de Chiloé.
A ligação entre o Chile continental e a ilha de Chiloé, que fica a 1.100 quilômetros ao sul de Santiago, é um antigo desejo dos moradores da região, que até hoje precisam cruzar o canal de Chacao em embarcações. A ponte permitiria cruzar o caminho até à ilha em quatro minutos. EFE
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