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"Recessão profunda na Europa já é inevitável", prevê dirigente do FMI

30/03/2020 15h43

Washington, 30 mar (EFE).- O Fundo Monetário Internacional (FMI) advertiu nesta segunda-feira que "uma profunda recessão na Europa já é inevitável" em 2020, devido à pandemia do novo coronavírus, já que cada mês de quarentena econômica compromete 3% do PIB anual.

"Nas principais economias da Europa, os serviços não essenciais fechados por decreto representam cerca de um terço da produção. Isto quer dizer que cada mês que estes setores continuam fechados significa uma queda de 3% no produto interno bruto", afirmou o diretor do Departamento Europeu do FMI, Poul Thomsen.

Itália e Espanha, a terceira e a quarta maiores economias da zona do euro, estão praticamente paralisadas por serem os países mais afetados pela pandemia na região. Outras grandes economias, como Alemanha e França, também aplicaram severas restrições de movimento e atividade.

"Isto antes que sejam contempladas outras alterações e efeitos do contágio na economia. Uma recessão profunda na Europa já é um resultado inevitável", acrescentou o dirigente. A instituição havia previsto em janeiro um crescimento econômico de 1,3% na zona do euro.

Thomsen elogiou as medidas adotadas por governos "para colocar em prática grandes estímulos monetários e fiscais para conter o impacto da crise", como a suspensão dos limites de déficit fiscal e os programas de recompra de títulos do Banco Central Europeu (BCE).

"Não podemos subestimar a capacidade dos líderes da zona do euro para fazer o necessário para estabilizar a economia", comentou.

O economista explicou que, "exceto Rússia e Turquia, a maioria das nove economias emergentes da Europa Central e do Leste já solicitaram assistência emergencial ao FMI" para encarar os efeitos negativos da pandemia.