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OCDE melhora projeções para PIB brasileiro em 2020, mas piora para 2021

01/12/2020 14h27

Paris, 1 dez (EFE).- O produto interno bruto (PIB) do Brasil sofrerá uma contração de 6% em 2020 e avançará 2,6% em 2021, projetou nesta terça-feira a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), ao melhorar os cálculos para este ano e reduzir as expectativas para o ano que vem.

No relatório semestral de perspectivas, a entidade reduziu em 0,5 ponto percentual a queda para 2020 em relação aos dados de setembro, e rebaixou em um ponto o aumento do próximo ano.

O PIB brasileiro aumentará 2,2% em 2022, acrescentou a organização, destacando que, embora o número de contágios e mortes por Covid-19 continue alto, a economia do país começou a se recuperar em vários setores.

O Brasil já acumula 6,3 milhões de casos de Covid-19 e mais de 172 mil mortes causadas pela doença. A OCDE indicou que as vulnerabilidades fiscais foram exacerbadas devido à necessária resposta à crise de saúde e constatou que a dívida pública aumentou.

O relatório também mostra que a forte resposta da política fiscal e monetária conseguiu prevenir uma contração econômica mais grave.

O consumo privado cairá 7% neste ano e subirá 3,8% em 2021, e 2,2% em 2022, segundo as projeções.

A OCDE estima que os principais indicadores de atividade a curto prazo apontam para uma recuperação bem sólida e ampla, inclusive em setores como turismo e entretenimento.

De acordo com a OCDE, a resposta brasileira da política fiscal foi uma das mais fortes na região, e com medidas que levaram a uma redução da extrema pobreza ao menor nível em 40 anos.

No entanto, a organização opinou que o fim do auxílio emergencial prejudicará a recuperação até o início de 2021, antes que as vacinas contra a Covid-19 representem um novo impulso.

A OCDE antecipou que a atividade econômica no Brasil deverá se aproximar dos níveis anteriores à pandemia no final de 2022, e que as exportações do país se beneficiarão com a recuperação da demanda global de alimentos e minerais.

Segundo a entidade, o desemprego alcançará o pico neste ano, quase 14%, e uma melhor capacitação, mais profissional, permitirá que s trabalhadores aproveitem novas oportunidades geradas pelas atuais mudanças estruturais.

CENÁRIO GLOBAL.

A OCDE começa a ver uma luz ao fim do túnel graças às vacinas, e revisou para cima as projeções para a economia global em 2020, mas advertiu que a recuperação a partir de 2021 será desigual e demorará para chegar a muitos países.

"Pela primeira vez desde o início da pandemia, agora há esperança em um futuro mais brilhante", destacou a economista-chefe da OCDE, Laurence Boone, em relatório semestral de perspectivas.

A economia mundial sofrerá neste ano uma contração de 4,2%, o que representa 0,3 ponto percentual a menos do que a organização calculava há dois meses e meio.

Com um crescimento de 4,2% em 2021 (0,8 ponto percentual a menos do que o antecipado em setembro), o PIB global voltará aos níveis anteriores à pandemia e subirá 3,7% em 2022.