América Latina e Caribe enfrentam grave déficit de talento digital
Como parte do evento, que está sendo realizado virtualmente e com base na cidade de Barranquilla, na Colômbia, foi realizado nesta sexta-feira um painel intitulado "Talento Digital".
Os participantes foram Adriana Noreña, vice-presidente do Google Hispanoamérica; Vanessa Gibson, diretora de Clima de Investimento da Agência de Promoção de Investimentos da Costa Rica; Carmen Sanchez, presidente da Agência Nacional de Desenvolvimento do Uruguai; Mariel Reyes Milk, CEO e fundadora da Reprograma; e Karen Abudinen, ministra de Tecnologias da Informação e Comunicações da Colômbia.
Os especialistas destacaram a grande necessidade de pessoal com talento digital em toda a região, bem como de políticas que facilitem o acesso e a utilização de plataformas digitais pelas micro, pequenas e médias empresas, exigências que a pandemia tornou ainda mais urgente.
Neste sentido, Gibson disse que, para responder às necessidades das empresas na Costa Rica, o país precisa multiplicar o número de trabalhadores treinados em novas tecnologias da informação.
"Hoje temos um grande desafio, porque já temos estimativas importantes e muito definidas de que precisamos desenvolver 3 ou 4 vezes mais talentos para poder reter as oportunidades que as empresas estão trazendo para o país", disse.
No Uruguai, a escassez de tais talentos deixa as PMEs incapazes de fazer a transição digital, ao mesmo tempo em que causa um êxodo de talentos.
"O Uruguai tem um setor de tecnologia de informação e comunicação (TIC) super forte, mas que olha para fora. Há uma escassez de talentos digitais em nosso país", afirmou Sánchez.
"Como era de se esperar, estes talentos digitais em demanda encontram trabalho em grandes empresas, na maioria dos casos no exterior. Portanto, é muito difícil para as PMEs uruguaias acessar esses talentos e se inserir no mundo digital", acrescentou.
Já Noreña citou a necessidade de capital humano qualificado em uma lista de quatro pilares considerados necessários para os países avançarem no mundo digital: capital físico, capital humano, competitividade e a própria tecnologia.
"No Google estamos convencidos de que em meio a esta situação atual, em que somos desafiados economicamente, a tecnologia está desenvolvendo o crescimento econômico", disse.
Por sua vez, Reyes Milk destacou o papel da mulher no mundo digital, apontando que, por exemplo, o primeiro algoritmo ou a tecnologia na qual as redes wi-fi são baseadas foram desenvolvidas por mulheres.
A Reprograma visa fechar a lacuna de gênero no setor e se concentra nas mulheres em situações vulneráveis, especialmente mulheres de ascendência africana e mulheres transgêneros.
Reyes Milk considera que há uma falta de cursos adaptados às necessidades das mulheres, e que a Reprograma oferece "o único bootcamp livre no Brasil focado em fechar a lacuna de gênero, especificamente para mulheres em situações vulneráveis e mulheres afro-descendentes e transgêneros".
Após cinco anos de funcionamento, a Reprograma terá treinado mais de 800 programadoras até junho, "das quais 75% conseguem um emprego em tecnologia nos primeiros seis meses após a graduação, com um salário médio de 750 dólares por mês", de acordo com ela.
"No bootcamp que estamos implementando agora, 17% dos estudantes são transgêneros, e 70% são mulheres afro-descendentes", explicou Reyes Milk.
Por sua vez, Abudinen fez menção ao programa de digitalização do governo colombiano que iniciou o processo de conexão de 15.000 escolas em todo o país e estabeleceu o objetivo de treinar 100.000 programadores.
"Já formamos 5.600 programadores, e a boa notícia é que 51% desses programadores já estão no mercado de trabalho. Temos muitas empresas que nos acompanharam neste processo, empresas que nos disseram que a Colômbia tinha um déficit de 90.000 programadores", concluiu.
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