Polêmica suspensão de exportações de carne argentina entra em vigor hoje
A suspensão por um mês das exportações de carne bovina argentina, que gerou forte controvérsia no setor e levou ao início de uma greve de comercialização de gado, entrou em vigor nesta quinta-feira (20) após a publicação da medida no Diário da República.
O governo do presidente Alberto Fernandez decidiu suspender temporariamente as vendas de carne bovina da Argentina, um dos maiores exportadores mundiais do produto, enquanto finaliza "medidas de emergência" contra o aumento dos preços no mercado interno, em um contexto de inflação elevada.
"Em conformidade com o atual avanço do mercado de exportação de carne, seus preços têm registrado um aumento sustentado, devido à crescente demanda destes produtos, principalmente dos mercados asiáticos", afirma a resolução publicada hoje, assinada pelo ministro da Agricultura argentino, Luis Basterra.
"Esta situação levou a que os preços internos acompanhassem os preços de exportação da carne bovina, em um contexto em que o preço mundial dos alimentos aumentou significativamente", acrescenta Basterra.
A resolução esclarece que a proibição de exportação isenta as mercadorias "destinadas ao consumo e que são exportadas dentro dos contingentes pautais concedidos por países terceiros" para a Argentina, cobertas por "certificados de autenticidade e/ou exportação".
Começa a greve de venda de gado
Em rejeição à suspensão das exportações, o Comitê de Ligação das Entidades Agropecuárias pediu o fim da comercialização de todas as categorias de carne bovina a partir de hoje e até 28 de maio.
A entidade Confederaciones Rurales Argentinas, um dos membros do comitê, advertiu que a suspensão das exportações "apenas trará mais pobreza, não mais carne" e colocará em risco "mais de 400.000 empregos".
Em uma entrevista à emissora de "Rádio 10", o presidente Alberto Fernandez reiterou que o que se busca com a medida é travar o aumento dos preços da carne no país.
"Penso que é esplêndido que os exportadores exportem carne, mas minha maior preocupação é que os argentinos possam comer carne", disse o chefe de Estado, enfatizando que o objetivo é que os cidadãos possam comprá-la "a preços razoáveis e não que outros façam negócios e esqueçam os argentinos".
"Há uma grande oportunidade porque a China demanda muita carne, mas o que não é possível e o que não podemos permitir é que os argentinos acabem pagando um preço sideral pela carne, só porque prevalece o interesse de enviar carne para o exterior. Esse é o problema que temos de resolver", destacou Fernández.
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