Governo espanhol salva plano anticrise no Congresso
Entre as medidas, que já estavam em vigor, estão um desconto de 20 centavos de euro por litro de combustível para quem abastecer veículos, ajudas aos setores mais afetados pela crise e garantias de crédito estatais para as empresas e autônomos.
A incerteza sobre o resultado da votação parlamentar durou até o início do debate sobre este decreto-lei anticrise, aprovado pelo governo há algumas semanas. Nenhum dos partidos da oposição tinha deixado claro até então se apoiaria ou não o plano do governo, em meio a uma tempestade política sobre supostas escutas de independentistas catalães por parte de autoridades estatais.
A fraqueza parlamentar do governo, formado pelos esquerdistas Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e Unidas Podemos, o obriga a negociar constantemente com outros grupos políticos, quase sempre com pequenos partidos de esquerda e com nacionalistas e independentistas bascos e catalães para passar as leis.
"A votação de hoje não é sobre o governo, é sobre ajudar os cidadãos", sem prejudicá-los, argumentou no Congresso o ministro da Presidência, Félix Bolaños.
INDEPENDENTISTAS CATALÃES "AVISAM" O GOVERNO.
O governo finalmente obteve o apoio do EH Bildu (partido independentista basco de esquerda radical) para que o plano fosse validado, e conseguiu placar de 176 votos a favor e 172 contra, incluindo os da ERC.
Estes são dois dos pequenos partidos com os quais o governo, presidido pelo socialista Pedro Sánchez, normalmente precisa negociar, já que PSOE e UP representam apenas 155 dos 350 deputados no Congresso.
A ERC declarou que o governo não assumiu a responsabilidade pela suposta espionagem e advertiu que este é "um primeiro aviso". A ministra da Defesa, Margarita Robles, "deve renunciar", segundo os independentistas catalães, que a consideram responsável pelas escutas, uma vez que os serviços secretos estão ligados à pasta que ela comanda.
Em contraste, Sánchez apoiou Robles nesta quinta-feira, respondendo "claro" ao ser perguntado pela imprensa se ele a apoiava.
Dada a incerteza do resultado, o governo chegou ao ponto de pedir o apoio da principal força da oposição, o conservador Partido Popular (PP), que exigiu, em troca, uma redução seletiva e temporária dos impostos para compensar a alta inflação.
O PP votou contra, mas o plano de medidas econômicas foi aprovado pelos dois partidos governistas com a ajuda de legendas que citaram motivos de "responsabilidade", independentemente da gravidade de outras controvérsias.
Agora, o plano será tramitado como projeto de lei, o que permitirá a incorporação de modificações, como solicitado pelo PP e outras partes.
O decreto-lei, em vigor desde 31 de março, contém uma série de medidas econômicas até 30 de junho, como a prorrogação da redução do imposto sobre energia elétrica. A norma limita as revisões dos aluguéis e proíbe a demissão de trabalhadores por razões relacionadas a custos energéticos. EFE
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