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Votação da reforma trabalhista foi descuido da base aliada, diz Doria

Daniel Weterman

São Paulo

21/06/2017 14h33

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), fez duras críticas aos líderes da base aliada do presidente Michel Temer (PMDB) por terem "relaxado" durante a votação da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado. Na terça-feira, 20, a proposta foi rejeitada por 10 votos a 9. "Foi um descuido da base. Não pode ter descuido, você não pode confiar plenamente na sua base sem ter uma ação efetiva. Você precisa ser eficiente também no Congresso Nacional", disse o prefeito, em entrevista coletiva após participar da abertura de uma feira do setor de franquias na capital paulista.

Perguntado para quem direcionava a crítica, o prefeito apontou "os líderes da base aliada". Ele afirmou que a base não poderia permitir que deputados viajassem ou alterassem o voto durante a apreciação do texto na Comissão. "Como pode deixar um parlamentar não votar, um parlamentar viajar e um parlamentar mudar o seu voto sem que você tenha condição dentro do próprio Senado Federal, onde a maioria que apoia o governo é flagrante? Perde uma votação. Descuido", declarou o prefeito. Para as próximas votações da proposta, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e no plenário, Doria afirmou que é preciso "mais eficiência".

O prefeito cobrou dos líderes que parem de conectar a necessidade das reformas com a crise política do País. "Acho que os líderes têm que revisar um pouco suas posições e não podem relaxar num momento como esse. A reforma trabalhista é fundamental para o País, assim como a reforma previdenciária. Você não pode relaxar nem pode estabelecer a conexão disso com a crise política", disse o tucano.

Para o prefeito, valorizar as reformas no atual momento do País será uma demonstração de "maturidade" do Congresso Nacional. "Deixa a política de lado, deixa a ideologia de lado. Vamos pensar no Brasil. A reforma trabalhista será feita e votada positivamente para quem pensa no Brasil. Quem pensa ideologicamente, apenas partidariamente, vota contra. Quem pensa o Brasil vota a favor", reforçou.