Hypera afasta presidente do conselho e da empresa e instala comitê independente
Também Cláudio Bergamo dos Santos apresentou pedido de afastamento voluntário do cargo de diretor-presidente da companhia e de membro do Conselho de Administração, pelo mesmo motivo. Neste período ambos se manterão completamente afastados de suas atividades na companhia.
Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa informa que Luiz Eduardo Violland exercerá a presidência do conselho e Breno Toledo Pires de Oliveira ocupará o cargo de diretor-presidente.
Para a diretoria executiva financeira foi designada Vivian Karina Trujillo Angiolucci. Já Adalmario Ghovatto Satheler do Couto será diretor de Relações com Investidores.
O conselho também deliberou pela criação do cargo estatutário de Diretor Vice-Presidente Comercial e de Marketing, para o qual pretende designar Luiz Eduardo Sales Clavis, assim que confirmado em Assembleia de Acionistas, a ser convocada.
Além disso, o conselho aprovou a constituição de Comitê Especial Independente para coordenar nova apuração interna dos fatos que levaram à investigações do Ministério Público. Segundo a empresa, os membros do Comitê serão indicados em até 30 dias, a contar desta data, e o presidente do Comitê será escolhido entre profissionais de mercado com reputação, independência e qualificação.
"Ao Comitê incumbirá, entre outros, definir o escopo da apuração interna; e contratar assessores externos, notadamente escritório de advocacia e empresa de auditoria de primeira linha", diz a empresa.
A Polícia Federal executou no início de abril mandado de busca e apreensão na sede da Hypera Pharma, em São Paulo. A diligência foi autorizada pelo ministro Edson Fachin, relator dos inquéritos da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), e mira pessoas próximas ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE).
Nelson José de Mello, ex-diretor de Relações Institucionais da Hypera, antiga Hypermarcas, assinou um acordo de colaboração premiada com a Procuradoria-Geral da Repúblico e delatou repasses de cerca de R$ 30 milhões para parlamentares do MDB. Além de Eunício, o delator citou os senadores Romero Jucá, Renan Calheiros e Eduardo Braga e o ex-deputado Eduardo Cunha.
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