Planalto alega que votações no Congresso levaram Temer a cancelar viagem à Ásia
Caso Temer deixasse o País, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), também teriam que sair do Brasil para não ficarem inelegíveis, já que ambos planejam disputar a eleição deste ano. E isso poderia afetar as negociações no Parlamento.
"Considerando o longo tempo de viagem, a importância de votações e de decisões a serem tomadas nos próximos dias e o fato de que o seu afastamento traria a necessidade de que também se afastassem do país os presidentes da Câmara e do Senado Federal, por serem candidatos na próxima eleição, o presidente Temer decidiu não mais realizar a viagem que faria a partir do dia 05/05 ao Sudeste Asiático", informou o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, à reportagem.
A principal preocupação do Palácio do Planalto seria, segundo interlocutores, a apreciação de um projeto de lei que abre crédito suplementar no valor de R$ 1,164 bilhão para reforço da lei orçamentária. Os recursos extras têm a função de cobrir dívidas não honradas pela Venezuela e Moçambique em empréstimos pelo BNDES e bancos internacionais que têm como avalista o Fundo de Garantia à Exportação (FGE), vinculado ao Ministério da Fazenda.
O presidente já havia encurtado o roteiro de seus compromissos no Sudeste Asiático na semana passada, mas acabou voltando atrás mais uma vez e optou por cancelar toda a viagem - em janeiro, o presidente também desistiu de compromissos na mesma região por recomendação médica.
Ainda assim, os assuntos políticos não seriam o único tormento a afetar o presidente da República. Uma das filhas de Temer, Maristela Temer, foi intimada a depor no próximo dia 2, em razão de investigação da Polícia Federal que sugere que o presidente tenha ocultado bens "lavando" dinheiro de propina por meio de reformas em imóveis de parentes e transações imobiliárias em nome de terceiros.
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