Fitch: decisão da Petrobras expõe capacidade do governo de influenciar empresa
Em comunicado divulgado nesta quinta-feira, 24, a Fitch comenta que considera positiva a política de preços de longo prazo da Petrobras, "já que ela aumentou a previsibilidade do fluxo de caixa e acrescentou transparência aos investidores. A mudança de estratégia também melhorou significativamente a lucratividade da Petrobras, de quando as decisões operacionais eram mais influenciadas pelo governo". A agência lembra, ainda, que a companhia já havia aumentado os preços da gasolina e do diesel em 17% e 16%, respectivamente, em resposta à depreciação do real e ao aumento dos preços do petróleo no mundo.
"A greve dos caminhoneiros tem levantado preocupações sobre a capacidade das empresas brasileiras de manter cadeias de suprimentos just-in-time, bem como exportar produtos em setor-chave, como a agricultura", disse a Fitch. Nesse sentido, a combinação de escassez de produtos críticos e paralisação da atividade econômico no contexto das próximas eleições "poderia resultar em preços de combustível ainda mais elevados e/ou o período de 15 dias pode ser prorrogado", de acordo com a agência.
No cenário atual, no qual a Petrobras voltará gradualmente à política de preços, a perda estimada da companhia de cerca de US$ 100 milhões durante o período representa menos de 0,5% do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) estimado pela Fitch para a companhia em 2018, de US$ 26 bilhões. "Além disso, a decisão não altera substancialmente nossa projeção de alavancagem líquida de 3,5x para este ano, que pressupõe uma redução potencial do Ebitda da venda de ativos", além da possibilidade de impostos mais altos, junto com a previsão da Fitch de que o preço médio do petróleo tipo Brent para este ano seja de US$ 52,50 por barril.
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