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Sindigás: ANP corrigirá texto de medida emergencial para GLP que preocupou setor

Karin Sato

São Paulo

28/05/2018 13h57

Executivos do setor de distribuição de gás ficaram preocupados na semana passada, depois de a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) publicar medidas emergenciais em razão dos protestos dos caminhoneiros, entre elas a de que estava liberado o engarrafamento de distribuidoras de GLP para vasilhames de outras marcas, disse ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) o profissional à frente de uma das principais companhias do segmento. O objetivo da instituição foi dar maior agilidade às operações comerciais em áreas afetadas pelos bloqueios.

No entanto, o presidente do Sindigás, Sergio Bandeira de Mello, relatou que esteve reunido na última sexta-feira com o diretor da ANP, Felipe Kury, e este relatou que o texto pode ter sido publicado com imprecisão, devendo ser atualizado.

"Na verdade, segundo ele explicou, o conceito é o seguinte: se a empresa A está com a base funcionando e a B, com problemas de funcionamento, elas podem fechar um acordo entre si para que uma preste serviço à outra, sem a burocracia de ter de solicitar à ANP", explicou Mello. "Essa autorização nos causou muito preocupação, porque diz respeito à propriedade industrial. É como se a Pepsi pudesse usar as garrafas da Coca-Cola, o que implica até dolo ao consumidor", disse. "Eles se comprometeram a fazer a correção."

A regulação atual apenas permite às distribuidoras preencherem seus próprios botijões, com seus logos, de forma a garantir a segurança do consumidor e a responsabilização da empresa, em caso de acidente.

Quanto à segunda medida, de autorização para que os estoques fiquem abaixo do exigido, Mello explicou que não é uma preocupação atual do setor. "Na semana que vem, espero que a greve acabe, aí pode ser que fiquemos com estoques baixos, mas não é o caso agora."

Mello disse que o setor não considera que as medidas estejam alinhadas para resolver o problema de tráfego de produtos da base ao mercado, apesar de terem sido traçadas com "boa vontade" pelo regulador. "O problema não está na base, estamos com estoques altíssimos, porque na verdade não consigo vender produtos. As soluções traçadas não representam uma solução efetiva e no momento imediato são desnecessárias", relatou. "A gente vê a tentativa com excelentes olhos", ponderou.