Custos da indústria sobem 2,4% no primeiro trimestre, diz CNI
A alta do índice foi determinada pelo aumento de 3,5% do custo tributário e de 3,2% do custo com produtos intermediários. Se comparados com o primeiro trimestre do ano passado, os desembolsos com tributos aumentaram 8,4%. A CNI explica que essa alta representa a retomada do pagamento de tributos pelas companhias. "Muitas empresas estão pagando os impostos atrasados e há também o efeito do programa de refinanciamento das dívidas tributárias", diz o gerente executivo de Pesquisas e Competitividade da entidade, Renato da Fonseca.
Segundo o estudo, os custos do setor só não foram maiores no período porque houve queda em outros dois componentes: o custo com capital de giro, que recuou 3,1%, e o custo com pessoal, com redução de 0,2%. "A trajetória decrescente do custo com capital de giro se iniciou no segundo trimestre de 2016", cita o documento. São oito trimestres consecutivos de queda do indicador, cuja redução, segundo a CNI, é resultado dos sucessivos cortes na taxa básica de juros.
Sobre o custo dos bens intermediários, o estudo mostra que, na comparação com o primeiro trimestre de 2017, a alta foi de 5,8%. Nesse período, os bens intermediários nacionais subiram 5,1% e os importados, 9,7%.
Já o índice de custo com energia aumentou 2,4% no primeiro trimestre em relação ao quarto trimestre de 2017. Se comparada com o primeiro trimestre de 2017, a alta nesse item foi de 7,1%.
Lucro menor
O estudo mostra ainda que a indústria não conseguiu repassar o aumento dos custos para os preços, o que fez a lucratividade do setor diminuir. Enquanto os custos subiram 2,4%, o Índice de Preços de Manufaturados Domésticos (IPA-Indústria de Transformação) subiu 1,6% no primeiro trimestre.
Mesmo com o aperto na margem de lucro, a indústria manteve a competitividade no mercado doméstico no período, avalia a CNI. "Isso porque o aumento dos custos foi similar à alta de 2,3% registrada nos preços em reais dos produtos industriais importados."
Também no mercado externo, pontua a entidade, os produtos brasileiros ganharam competitividade, pois o crescimento dos custos foi menor que o aumento de 4,8% verificado nos preços em reais dos produtos industrializados no mercado dos Estados Unidos, utilizado como indicador dos preços internacionais.
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