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FGV: incertezas internas e externas pesam sobre confiança da indústria

Caio Rinaldi

São Paulo

27/07/2018 12h45

O quadro de incertezas que permeia o ambiente de negócios no Brasil, tanto por fatores internos quanto externos, seguirá pesando sobre a confiança dos industriais até o fim do ano, avalia a economista Tabi Thuler Santos, coordenadora da Sondagem da Indústria, da Fundação Getulio Vargas.

"A dificuldade de traçar cenários para a eleição presidencial já é um fator de aumento da volatilidade das expectativas e das incertezas em relação à atividade industrial. leição deste ano é, inclusive, atípica em relação aos pleitos anteriores, com mais candidatos e mais influência das redes sociais", comentou a pesquisadora em coletiva de imprensa.

Conforme a sondagem da FGV, a confiança da indústria ficou estável em julho, a 100,1 pontos, após ter sofrido queda de 1,0 ponto no mês anterior, que foi influenciada pelos efeitos da paralisação dos caminhoneiros no fim de maio e início de junho.

O cenário externo também pesa sobre a confiança dos agentes, diz Tabi, já que a disputa comercial no exterior pode provocar um rearranjo do mercado. "Ainda é preciso avaliar como a disputa comercial vai impactar as exportações da indústria brasileira e como será o estabelecimento de preços no mercado externo, especialmente dos insumos demandados pelo setor industrial", explica. "Esta questão também pode afetar a taxa de câmbio. São muitos fatores que aumentam a volatilidade das expectativas", comentou a economista.

A sondagem verificou uma melhora da percepção dos industriais sobre fatores limitativos ao aumento da produção. Entre as 1.059 empresas pesquisadas, 44,9% apontam não ver impedimentos à elevação da produção, enquanto outros 33,1% avaliam que a perspectiva para a demanda é insuficiente para aumentar o ritmo de produção.

"O resultado isolado de julho já é melhor do que o resultado acumulado no ano (35,7%). É possível perceber uma melhora, porém ainda é distante dos resultados de 2014 (26,8%) e 2013 (21,8%). O porcentual ainda está muito alto e essa melhora já era esperada, pois o País saiu de uma recessão muito forte nos últimos anos", complementa a pesquisadora da FGV.