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Dívida de emergentes atinge recorde de US$ 5,5 trilhões

Altamiro Silva Junior

São Paulo

30/07/2018 08h03

O Instituto Internacional de Finanças (IIF), formado pelos 500 maiores bancos do mundo, com sede em Washington, alertou que a relativa calmaria no mercado financeiro mundial dos últimos dias pode não durar - os emergentes permanecem vulneráveis à nova valorização do dólar e a mudanças repentinas do apetite por risco dos investidores globais. A dívida em moeda estrangeira destes mercados atingiu no primeiro trimestre o nível recorde de US$ 5,5 trilhões, de acordo com relatório divulgado neste domingo, 29.

O mercado financeiro mundial ficou menos volátil nos últimos dias, após as conversas de Washington com a União Europeia para um acordo comercial, mas o quadro de elevada incerteza deve persistir no cenário e uma nova escalada da tensão entre os parceiros no comércio dos Estados Unidos não está descartada, avalia o IIF. Indicadores têm sinalizado queda nos volumes de comércio entre países e o documento nota que os mercados emergentes têm sido particularmente afetados, mais do que os países desenvolvidos. "Isso evidencia a vulnerabilidade dos emergentes à escalada adicional da tensão comercial", observa o IIF, ressaltando que a queda dos volumes de comércio tem sido mais acentuada nos mercados da Ásia, da África e do Oriente Médio.

Balanços

Mesmo que a tensão comercial fique centrada entre a China e os EUA, o IIF nota que há risco para o crescimento econômico mundial, pois os dois países são grandes compradores de produtos de mercados emergentes. Outro risco é afetar os balanços das empresas, com consequências para o desempenho dos papéis nas bolsas de valores, mostra o relatório. A análise do desempenho recente dos índices de ações evidencia que os papéis de empresas que dependem mais dos ciclos econômicos já estão sofrendo mais que outras ações, diz o IIF. "Enquanto a atividade econômica parece estar desacelerando em muitos países, a expansão mundial está se tornando crescentemente menos sincronizada."

O aumento dos custos dos empréstimos nos EUA segue colocando pressão nos emergentes e está afetando alguns mercados mais que outros, segundo o IIF. A Turquia e a Argentina, que têm elevado déficit em transação corrente e, portanto, dependem mais de recursos externos para se financiar, foram uns dos mais afetados pela recente onda de aversão ao risco. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.