BNB estenderá a pessoa física acesso a linha de crédito para geração de energia
"A expectativa de geração de negócios é grande", disse o superintendente de negócios de varejo e agronegócio do BNB, Luiz Sérgio Machado, sem revelar uma projeção de desembolsos na linha. O BNB já financiou mais de R$ 3,9 bilhões para geração centralizada por meio da FNE Sol, dos quais apenas R$ 75 milhões foram destinados a projetos de micro e mini geração. "Tem muito espaço para crescer, em especial tendo em vista que o valor da parcela de financiamento deve ficar muito próximo do custo de energia", comentou Machado, em entrevista ao Broadcast.
Pela linha, pessoas físicas poderão financiar até 100% do investimento, com limite de até R$ 100 mil e prazo de pagamento de 8 anos. A taxa de juros varia entre 1,3% até 3% + IPCA, a depender do nível de renda. "Na média, a taxa fica da ordem de 6% ao ano, o que, considerando uma inflação de 4,5%, dá uma taxa real de 1,5%", destacou o superintendente, lembrando que a linha utiliza créditos subsidiados do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), por isso as taxas são mais baixas que as ofertadas por outras instituições.
Machado salientou que o banco dispõe de recursos para fazer frente à demanda. "O banco tem reservado R$ 14,5 bilhões para infraestrutura", disse, em uma referência ao fato de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou há alguns meses a abertura de uma linha de crédito para pessoas físicas investirem em energia solar, mas pouco mais de um mês depois suspendeu a linha da falta de recursos diante da alta procura.
O anúncio de expansão da linha foi feito durante a Intersolar South America, que se realiza nesta semana em São Paulo. A instituição não é a única que aproveitou o evento para anunciar mudanças em suas linhas de crédito. Na manhã de hoje, o Santander Brasil também anunciou uma nova oferta de crédito para a compra de equipamentos para geração elétrica solar, com novas linhas para clientes pessoa física e jurídica, além de produtores rurais. O banco reduziu as taxas de juros para os sistemas fotovoltaicos para a partir de 0,99% ao mês, abaixo do juro praticado anteriormente, a partir de 1,69% ao mês, e prevê realizar financiamentos de R$ 200 milhões nos próximos 12 meses e somar R$ 1,8 bilhão em desembolsos até 2021.
O movimento das instituições bancárias ocorre num momento de forte expansão da geração solar e particularmente da chamada geração distribuída (GD). A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) prevê um crescimento exponencial do segmento, das atuais 57 mil instalações para 276 mil até 2021. E muitas das instalações feitas até agora passaram às margens do setor bancário. Segundo o Santander, apenas cerca de 25% dos investimentos realizados em GD foram por meio de financiamento bancário. Outros 25% foram financiados diretamente pela empresa integradora, que executa o projeto, e os 50% foram feitos com pagamento à vista.
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