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Turbulência eleitoral deve impedir melhora da confiança do consumidor, diz FGV

Daniela Amorim

Rio

24/09/2018 14h05

O período de turbulência eleitoral deve impedir uma recuperação da confiança do consumidor nos próximos meses, avaliou Viviane Seda Bittencourt, coordenadora da Sondagem do Consumidor no Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) recuou 1,7 ponto em setembro ante agosto, para 82,1 pontos.

"A expectativa é que nos próximos meses a confiança não vá melhorar muito não. A recuperação vai acontecer gradativamente, junto com a melhora da situação econômica do Brasil. Tendo em vista que estamos num momento de elevada incerteza política, a expectativa é que só melhore quando isso for resolvido", declarou Viviane.

O ICC retornou ao patamar de junho, quando a confiança tinha sido abalada pela crise de abastecimento provocada pela greve dos caminhoneiros ao fim de maio. Segundo Viviane, as famílias estão mais pessimistas quanto às condições financeiras no futuro e estão cortando gastos.

"O emprego está afetando a confiança, embora não entre no indicador. As avaliações sobre a situação atual e quanto ao futuro estão piorando. A situação do mercado de trabalho ainda está complicada, e as famílias estão endividadas", lembrou a coordenadora da Sondagem do Consumidor.

O Índice de Expectativas (IE) recuou 3,3 pontos, para 89,7 pontos, o menor nível desde fevereiro de 2017. Já o Índice de Situação Atual (ISA) subiu 0,9 ponto em setembro, para 72,3 pontos.

Os consumidores de menor poder aquisitivo puxaram a piora do ICC em setembro. A confiança dos que possuem renda familiar mensal de até R$ 2.100,00 caiu 3,9 pontos no mês, sob influência da deterioração das perspectivas futuras. Os consumidores com renda familiar entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800,00 também tiveram redução na confiança no período, um recuo de 1,8 ponto, após três altas consecutivas, com piora das avaliações sobre a situação atual.