Déficit habitacional cresceu 3,1% em 2017, revelam FGV e SindusCon-SP
Segundo o levantamento, o déficit é composto pelo seguinte quadro: 3,3 milhões de moradias com famílias pagando um valor de aluguel excessivo para seus rendimentos; 3,2 milhões vivendo em coabitação; 967 mil em habitações precárias; e 304 mil domicílios alugados com muitas pessoas ocupando o local.
Um dos principais motivos para o crescimento do déficit foi o avanço da quantidade de famílias que se viram em uma situação de pagamento de valores de aluguel muito altos.
"Este é um fenômeno ligado ao cenário econômico negativo e à perda de renda das famílias nos últimos anos", afirmou Robson Gonçalves, economista da FGV, durante apresentação do estudo.
A maior parcela do déficit se concentrou nas regiões Sudeste e Nordeste, que, juntas, totalizaram 68%. Em termos absolutos, o Estado de São Paulo liderou o ranking de carência habitacional, com 1,8 milhão de domicílios em falta, o que representou 23% do déficit brasileiro. A maior parcela dos domicílios de déficit (92%) está situada nos estratos com renda de até três salários mínimos.
O levantamento mostrou ainda que, entre 2018 e 2027, está prevista a formação de 9,564 milhões de novas famílias. E para atender a demanda por novas moradias, o financiamento imobiliário deverá girar em torno de R$ 154,2 bilhões a R$ 318,8 bilhões por ano na próxima década. Embora a projeção para o número de famílias permaneça o mesmo, a faixa de renda da população pode variar de acordo com a situação econômica do País, o que implicará em necessidades diferentes de financiamento e subsídios.
"Um dos alertas mais importantes é que existe no horizonte uma possível escassez de recursos para atender essa demanda", apontou Gonçalves. "Isso significa que ou faltará recurso ou o déficit habitacional irá aumentar", completou.
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