Projeto sobre cessão onerosa não deve ser votado nesta terça-feira, diz Jucá
"O que precisamos fazer é criar um dispositivo para que essa despesa não impacte no teto dos gastos públicos, porque são despesas vultosas tanto no pagamento para a Petrobras como na possível transferência para os Estados e municípios", afirmou Jucá.
O governo prevê arrecadar cerca de R$ 100 bilhões com a venda do chamado excedente da cessão onerosa, áreas com petróleo acima dos 5 bilhões de barris a que a Petrobras tem direito de explorar segundo contrato firmado em 2010. O projeto de lei fornece as bases para a revisão desse contrato com a Petrobras, etapa necessária para dar segurança ao megaleilão.
A preocupação com o teto de gastos existe porque o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, sinalizou que pretende dividir esses recursos com Estados e municípios, que estão em crise financeira e cujos governadores eleitos já pediram apoio da União. Além disso, o governo deve ter de pagar à Petrobras pela revisão do contrato.
Esses repasses, pelas regras atuais, ficariam sujeitos ao teto de gastos. Os parlamentares chegaram a pedir ao governo que firme o compromisso de assinar uma Medida Provisória (MP), que tem vigência imediata, assegurando a transferência aos governos regionais. Mas o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, é contra a iniciativa e já avisou que não assinará a MP.
Jucá afirmou no Twitter que "os entendimentos estão acontecendo", mas ressaltou que o comando da votação cabe ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE).
"Hoje nós vamos conversar mais sobre o assunto para definir qual será a data da votação. Vamos esperar o relator (senador Fernando Bezerra) chegar para que possamos conversar", avisou o líder do governo.
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