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Não há diminuição do risco externo e incertezas seguem elevadas, diz Ilan

Fernando Nakagawa e Fabrício de Castro

Brasília

20/12/2018 14h27

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, avaliou nesta quinta-feira, 20, que não há diminuição do risco externo e as incertezas relacionadas ao tema seguem elevadas. Durante entrevista coletiva para apresentação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o presidente do BC notou que, durante o ano de 2018, houve percepção de risco sobre a evolução das economias emergentes.

Mais recentemente, citou, o risco parece ser mais disseminado. "Há certa aversão global em relação às economias avançadas. Não mais é só apetite ao risco emergente", disse, ao lembrar que a recuperação da atividade e a guerra comercial aparecem como dois dos principais temas de risco externo.

Questionado sobre a elevação de juros anunciada na quarta-feira pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Ilan comentou que o fato "está dentro do contexto do risco externo". "O cenário mundial ainda gera muita incerteza. Havia preocupação se a normalização da política monetária dos EUA ia ocorrer mais rápido. Agora, o mundo tem dúvida sobre a Europa, Japão e até mesmo os EUA", disse.

"Todos os riscos externos são relevantes. Questões ligadas à normalização são relevantes; questão da China é importante; disputas comerciais são relevantes também", completou Ilan.

Ainda sobre os riscos econômicos, o presidente do BC lembrou que a cautela ao lidar com esses temas "vale para um lado, e vale para o outro também". Ou seja, a autoridade monetária tem de ser cautelosa em momentos de afrouxamento e aperto monetário. "A cautela se refere aos dois sentidos. Não queremos que volatilidade afete a percepção. Não indicamos próximos passos da Selic; Copom precisa de flexibilidade", disse.