Déficit da balança comercial de produtos químicos soma US$ 4,9 bi, diz Abiquim
No primeiro bimestre de 2018, as importações de produtos químicos somaram US$ 6,9 bilhões, uma elevação de 14,4% em relação ao mesmo período de 2018, sendo o maior valor importado para o período em toda a série histórica do acompanhamento da balança comercial setorial.
No mesmo período, as exportações totalizaram de US$ 2 bilhões, uma redução de 13,3% na mesma comparação, marcadas pela queda de 23,4% nas vendas externas para a Argentina. Segundo a Abiquim, a queda das vendas para a Argentina, principal parceiro comercial em produtos químicos, deve-se ao "delicado momento econômico do país vizinho".
Em fevereiro, as importações de produtos químicos foram de US$ 3,3 bilhões, uma elevação de 16% em relação ao mesmo mês no ano passado. Já as exportações, de US$ 960 milhões, tiveram uma redução de 7,4% em igual comparação.
A entidade destaca que os intermediários para fertilizantes permaneceram como principal item da pauta de produtos químicos importados, com forte elevação, de 41,4% em quantidades (4,4 milhões de toneladas) e de 64,1% em valor (US$ 1,3 bilhão), no primeiro bimestre deste ano. Já as resinas termoplásticas continuaram sendo os produtos químicos mais exportados pelo País, com vendas de US$ 321,2 milhões, apesar da redução de 8,2% em relação ao primeiro bimestre de 2018.
"O Brasil, que já despontava como alvo prioritário para desova de produtos excedentes com a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, será ainda mais impactado caso não sejam resolvidos rapidamente os problemas de alto custo de energia e de insumos estratégicos para o setor, que impedem as empresas brasileiras de competirem no mercado nacional e internacional", afirma em nota o presidente-executivo da Abiquim, Fernando Figueiredo.
"O déficit vem aumentando seguidamente e já ultrapassou US$ 30,8 bilhões nos últimos 12 meses, enquanto os volumes de produção são praticamente os mesmos de 2007. Lamentavelmente, o cenário econômico da Argentina, principal parceiro comercial brasileiro em produtos químicos, é muito delicado, o que agrava ainda mais o prognóstico para o transcurso do ano", destaca também em nota a diretora de assuntos de Comércio Exterior da Abiquim, Denise Naranjo.
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