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Petrobras venderá rede de postos no Uruguai

Mônica Ciarelli e Mônica Scaramuzzo

Rio

27/04/2019 08h04

A Petrobras quer se desfazer de seus negócios de distribuição de gás e da rede de postos de combustíveis no Uruguai. "A escala que temos no Uruguai não nos interessa", disse Roberto Castello Branco, presidente da Petrobras ao 'Estadão/Broadcast', sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Líder no Brasil em distribuição de combustível, com a BR Distribuidora, a petroleira colocará à venda a rede com 70 postos naquele país, e vai negociar com o governo uruguaio devolver a concessão de distribuição de gás.

Segundo Castello Branco, a estatal compra gás natural da Argentina a preço de mercado e no Uruguai a preço tabelado. A estatal opera as distribuidoras MontevideoGas e Conecta. "Esses negócios dão prejuízo."

Essa decisão faz parte do programa de venda de ativos não estratégicos, que está em curso pela Petrobras. A estatal comunicou ontem que também pretende vender oito refinarias no Brasil, entre elas a Abreu e Lima. São 13 unidades no total, com produção de 2,2 milhões de barris diárias. "A intenção é vender metade da nossa capacidade de produção", disse Castello Branco. A estatal pretende levantar US$ 15 bilhões com a venda dessas refinarias.

Se a estratégia for levada adiante, a Petrobras vai deixar de ter o monopólio de refino no Brasil. "É uma anomalia uma única empresa ter 98% da capacidade de produção de determinados produtos, qualquer que seja a circunstância", disse Castello Branco.

Empresas especializadas em refino e tradings estão entre as potenciais interessadas no negócio. Castello Branco afirmou que a Petrobras não venderá as refinarias a um único comprador para evitar monopólios regionais. A meta é vender 100% de cada unidade de refino.

Nesta semana, a petroleira anunciou a venda de US$ 10,3 bilhões em ativos de um plano total de US$ 27 bilhões. Na quinta-feira, comunicou ao mercado a venda do gasoduto TAG para a francesa Engie, por US$ 8,6 bilhões, da plataforma do campo de Tartaruga Verde (comprada pela Petronas, da Malásia, por US$ 1,3 bilhão) e do polo do Riacho da Forquilha, arrematada pela baiana PetroRecôncavo, por US$ 384 milhões.

Estão na lista da estatal para desinvestimentos a Liquigás (botijão de gás), a fatia da Petrobras na Braskem. Além da redução da fatia na BR Distribuidora - hoje em 71%. A companhia pretende fazer uma nova oferta de ações da empresa na Bolsa.

Gás

A estatal também está revendo sua estratégia na área de distribuição de gás canalizado no País. O professor Luciano Castro foi contratado para reavaliar o papel da estatal no segmento. "Esse é um setor que vai sofrer mudanças de regulação para estimular competição e investimentos", disse o executivo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.