Presidente do BC defende importância do 'Open Banking' para competitividade
"Precisamos nos dedicar ao desenho do sistema financeiro de amanhã, tendo como foco o papel da evolução tecnológica", afirmou Campos Neto, segundo o documento. "Para o sistema financeiro, essa mudança tecnológica significa: democratizar; digitalizar; desburocratizar; e desmonetizar", completou.
Campos Neto destacou ainda que a Agenda BC+ da instituição foi reavaliada e ampliada, para promover a democratização financeira e reduzir a necessidade de financiamento do governo, abrindo assim espaço para o investimento privado. "Considero essas premissas necessárias ao provimento dos recursos para o setor produtivo de forma ampla e em condições justas, gerando benefícios para todos os brasileiros", acrescentou.
O presidente do BC voltou a afirmar que pretende ter um "foco especial" no mercado de capitais e que trabalhará para eliminar distorções para melhorar a eficiência do mercado brasileiro. Ele citou novamente os quatro pilares de sua agenda: inclusão, competitividade, transparência e educação financeira.
Campos Neto destacou que o "Open Banking" será um instrumento importante para a competitividade no sistema financeiro. Entre os fatores que impulsionam a tecnologia, ele elencou o uso mais intensivo e inteligente de dados granulares; a demanda da sociedade por um maior empoderamento das suas informações; e a entrada de novos players, como as fintechs, prestando serviços financeiros.
"Jurisdições como União Europeia (incluindo, o caso particular do Reino Unido), Hong Kong e Austrália, só para citar alguns exemplos, identificaram a necessidade de intervenção regulatória para tratar do assunto, de forma a assegurar o desenvolvimento do mercado e o alcance de seus objetivos, como promover a inovação e a eficiência, aumentar a competição e proteger o consumidor", lembrou o presidente.
O presidente do BC ressaltou ainda que o "Open Banking" está em linha com a edição da Lei de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), de forma que as instituições financeiras compartilharão as informações, desde que autorizadas pelos clientes.
"O Open Banking é inevitável e deve ser considerado pelas instituições como uma oportunidade e não como uma ameaça", avaliou Campos Neto. "A experiência do cliente deve ser ágil e conveniente, mas, ao mesmo tempo, deve ser segura e confiável. A falta de confiança pode minar a usabilidade do modelo", alertou.
Campos Neto considerou ainda que o projeto de desenvolver o "Open Banking" no País é desafiador tanto para as instituições quanto para o próprio BC, mas deve ser visto como um fator relevante para se alcançar os objetivos de eficiência e inclusão. "Para o efetivo desenvolvimento do Open Banking, todas as instituições precisam embarcar no projeto, das incumbentes às fintechs", concluiu.
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