Mudanças no BPC podem aumentar desigualdade e judicialização, diz pesquisadora
O governo sugere que o BPC, que hoje é pago aos beneficiários (idosos e deficientes em situação de extrema pobreza) com 65 anos, passe para 70 anos. Em contrapartida, sugere que a partir dos 60 anos, os idosos nessa situação, com renda inferior a um quarto de salário mínimo, tenham acesso a um benefício de R$ 400,00.
O BPC, que equivale hoje a um salário mínimo está em vigor há 22 anos e antes não existia até então, conforme a pesquisadora do Ipea, que se debruça no assunto há anos. O benefício atende, conforme ela, 4,650 milhões de beneficiários, sendo a maior parte, de 2,6 milhões, deficientes e 2,048 milhões de idosos.
"São pessoas de extrema vulnerabilidade. O BPC impacta positivamente na redução da pobreza e desigualdade no País. Melhora a vida dessas pessoas", avaliou Luciana, acrescentando que o BPC representa 79% da renda das famílias beneficiadas e quase metade é a renda total dessas pessoas.
O fato de o BPC estar associado ao salário mínimo é uma forma efetiva de retirar as pessoas da pobreza. Desvinculá-lo, segundo a pesquisadora, além de elevar a desigualdade social, terá efeitos ainda na questão do gênero uma vez que as mulheres são mais impactadas em sua vida laboral.
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