Educação e saúde puxam criação de emprego formal
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
"A estrutura de crescimento do Brasil está sendo liderada pelo setor de serviços já há algum tempo. E os setores de serviços mais qualificados são mais formais. Os trabalhadores são mais escolarizados, mais produtivos, ao contrário do que acontece em transporte e alimentação, por exemplo", explica Maria Andreia Lameiras, técnica de Planejamento e Pesquisa da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea.
O estudo do Ipea considera os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os demais segmentos com crescimento no emprego formal em um ano foram administração pública (aumento de 1,5% no total de trabalhadores com carteira assinada, 60,6 mil vagas a mais), indústria extrativa (avanço de 1,4%, com mais 4,6 mil vagas), serviços pessoais (alta de 1,2%, mais 12 mil vagas) e atividade financeira, imobiliária e serviços prestados a empresas (elevação de 0,9%, mais 57,5 mil vagas).
A arquiteta e analista de marketing digital Nathalia Borghi, 28 anos, acaba de ter a carteira assinada pelo portal de ensino a distância ProEnem, no Rio de Janeiro. Com 1,3 milhão de alunos, a plataforma é especializada na preparação online de estudantes do Ensino Médio para o Enem e para concursos militares, pelo ProMilitares. "Com a divisão em dois braços distintos, eles passaram a contratar também para cargos como programador e editor de vídeo. O bacana é que estão formando novas equipes, não só substituindo profissionais. Meu papel é cuidar da performance no YouTube", diz. Além dela, outros quatro funcionários foram contratados só no último mês.
Maria Andreia não descarta que o movimento de consolidações e aquisições nos setores privados de saúde e de educação superior possa ter contribuído para as contratações. Para Carlos Henrique Leite Corseuil, técnico da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, ambas as áreas mostram crescimento, o que naturalmente aumenta o número de trabalhadores atuando nesses setores, seja com carteira assinada, de forma autônoma ou via informalidade. "
O diretor de serviços compartilhados da Sociedade Beneficente de Senhoras Sírio-Libanês, Edi Souza, acredita que o setor de saúde suplementar esteja passando por uma retomada, após perder, com a recessão, quase três milhões de usuários entre 2014 e 2017. Segundo Souza, desde então aumentou o número de hospitais e de contratações. Apenas a rede hospitalar Sírio-Libanês abriu mais de 700 vagas com carteira assinada - entre médicos, enfermeiros e técnicos - de janeiro a abril de 2019.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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