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Atividade industrial de novembro é mais forte que o usual, diz CNI

Sandra Manfrini

Brasília

19/12/2019 12h25

A atividade industrial de novembro foi mais forte que o usual para o período, é o que aponta a pesquisa Sondagem Industrial, divulgada nesta quinta-feira, 19, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O índice de produção foi de 50,9 pontos e, normalmente, ele não costuma se situar acima dos 50 pontos, destaca a CNI.

Os indicadores da pesquisa variam de zero a 100 pontos, sendo que quando estão acima de 50 pontos indicam aumento da produção e emprego.

"Os resultados sugerem continuidade do ritmo mais forte de recuperação da indústria que havia sido percebido em outubro", destaca a pesquisa.

Com relação ao uso da capacidade instalada, em novembro, ela se manteve em 70%, o maior porcentual para o mês em quatro anos, o que mostra que a ociosidade da indústria continua em queda. Os estoques também caíram de outubro para novembro, encerrando o mês no nível planejado pelas empresas.

O índice de número de empregados atingiu 50 pontos em novembro, ante 49,5 pontos registrados em outubro, o que sinaliza estabilidade. De acordo com a Sondagem, o crescimento da produção e a estabilidade do emprego não são comuns na passagem de outubro para novembro.

O economista da CNI, Marcelo Azevedo, explica que em novembro é comum ter queda na atividade industrial frente a outubro devido ao desaquecimento da produção para as vendas de Natal. "No entanto, a recuperação da demanda neste fim de ano trouxe aumento da atividade para atender ao mercado", complementa em nota divulgada pela entidade.

Expectativas

Com esse cenário, as expectativas se tornaram mais otimistas com relação aos próximos seis meses e as intenções de investimentos continuam crescendo em dezembro.

A Sondagem aponta um aumento em todos os índices de expectativas, em especial o de expectativas sobre as exportações, com alta de 2,1 pontos no período. "Os empresários projetam a continuidade de aumento da demanda ocorrida nos últimos meses para o próximo ano", analisa Azevedo. "Para manter o otimismo no setor, é necessário concretizar a agenda de reformas, como a tributária, para dar impulso à competitividade da indústria", acrescenta.

O índice de intenção de investimento cresceu 1,9 ponto na comparação mensal, atingindo 58,1 pontos em dezembro. Assim, atingiu o maior nível desde março de 2014, quando o indicador ficou em 58,6 pontos.

A Sondagem foi feita entre os dias 2 e 11 de dezembro, com 1.968 empresas.