'Situação é pior que na crise entre 2014 e 2016'
Como o sr. vê a situação atual?
O momento agora é de entender a dimensão do dano causado, o que somente será possível concretamente no pós-crise. Depois, teremos de quantificar os danos. De um modo geral, precisamos entender quanto tempo as empresas vão demorar para voltar ao ritmo anterior. Se demorar um mês, ok. Se demorar seis meses, todo mundo quebra. No momento atual, o problema é que a maioria das empresas não tem condições de fazer aportes para suportar a crise. O maior risco é ter a quebra integral de algumas cadeias produtivas.
Quais os cenários para as empresas buscarem recuperação?
A empresa que não tinha entrado em recuperação judicial, mas apresentava alguns problemas, agora infelizmente não terá escapatória. Do ponto de vista jurídico, ela está numa situação melhor do que as que já estão em recuperação, por que poderá jogar todo o "dano acumulado" para dentro da recuperação. Após a retomada da atividade econômica, será um bom momento para buscar a Justiça.
E aqueles que ainda não tiveram o plano aprovado?
Não é a situação ideal, mas ainda assim, para essas empresas é possível resolver a situação, implementando permissão para incluir créditos gerados depois do protocolo do pedido. Essas empresas ainda estão em melhor situação.
Quem está em situação pior?
Aquelas que entraram em recuperação, tiveram seus planos aprovados e já haviam começado a pagar as obrigações previstas no acordo com os credores. A questão é que essa empresa já passou por todos os problemas, já gastou o caixa pagando parte da dívida e terá de voltar à mesa de negociação em um ambiente catastrófico.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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