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Venda do Dia dos Namorados deve cair 33%, com prejuízo de R$ 19 bilhões

1º.jun.2020 - Movimento no Vale Sul Shopping, em São José do Campos, interior de São Paulo, no primeiro dia de reabertura das lojas - Lucas Lacaz Ruiz/Estadão Conteúdo
1º.jun.2020 - Movimento no Vale Sul Shopping, em São José do Campos, interior de São Paulo, no primeiro dia de reabertura das lojas Imagem: Lucas Lacaz Ruiz/Estadão Conteúdo

Maria Regina Silva

São Paulo

03/06/2020 14h35Atualizada em 03/06/2020 18h24

A venda do comércio no Dia dos Namorados este mês deve cair 33%, estima a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Com isso, o prejuízo calculado pode ultrapassar R$ 19 bilhões, mesmo com reabertura de parte das atividades em algumas regiões do Estado.

"Não deve haver muita procura para presentes no Dia dos Namorados, uma vez que também houve baixa na intenção de consumo das famílias", cita a federação, em nota.

A interrupção das atividades não essenciais em São Paulo entre março e maio, motivada pela pandemia do novo coronavírus, deve provocar recuo aproximado de 20% nas vendas varejistas no primeiro semestre. A projeção leva em consideração a reabertura gradual da economia este mês, respeitando as condições regionais.

Para a FecomercioSP, esse processo deve se dar de forma muito lenta, o que será um limitador para as vendas no Dia dos Namorados.

Por setor, a federação estima que as vendas de Vestuário recuem 67%, com prejuízo de até R$ 3,5 bilhões. No acumulado do ano, a queda deve ser de 44%, refletindo também a baixa nas vendas no Dia das Mães, prevê.

Para o fechamento deste ano, a FecomercioSP acredita que a venda do comércio terá o pior desempenho de sua história. A entidade não espera uma recuperação rápida frente à crise.

"As famílias tiveram suas rendas encolhidas decorrentes das altas do desemprego e do endividamento, com a intenção de consumo drasticamente reduzida e focada apenas em produtos essenciais, como alimentos e remédios, tal como ocorreu na recessão de 2015/2016", avalia.

Além de perdas nas vendas, a expectativa é que a estrutura do comércio varejista também fique debilitada, com quadro reduzido de funcionários, endividamento, baixa liquidez e níveis de estoques inadequados.

A Fecomercio orienta que os empreendedores busquem alternativas para manter a liquidez e o fluxo de caixa, com rigor para evitar endividamento e excesso. "Recomenda-se fazer um levantamento de estoque, diminuir a margem de lucro e realizar promoções", sugere.