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Plano de Guedes para aprovar CPMF inclui diminuir FGTS dos trabalhadores

Ministro tem plano para diminuir resistĂȘncia de seu projeto no Congresso - Ueslei Marcelino
Ministro tem plano para diminuir resistĂȘncia de seu projeto no Congresso Imagem: Ueslei Marcelino

Adriana Fernandes

BrasĂ­lia

04/08/2020 12h00

O ministro da Economia, Paulo Guedes, apresentou ao presidente Jair Bolsonaro um plano para tentar diminuir as resistĂȘncias no Congresso Ă  criação de novo imposto sobre transaçÔes digitais - no mesmo modelo da extinta CPMF, mas com alcance maior.

Como contrapartida, segundo apurou o EstadĂŁo, a ideia Ă© reduzir Ă  metade o peso efetivo da tributação que as empresas pagam sobre os salĂĄrios dos funcionĂĄrios. Hoje, as empresas pagam uma alĂ­quota de 20% sobre os salĂĄrios como contribuição Ă  PrevidĂȘncia. A proposta Ă© reduzir esse peso de encargos para 10%.

Guedes vai propor a redução de 20% para 15% da alíquota das empresas com um custo de R$ 50 bilhÔes de perda de arrecadação federal. A redução dos outros 5 pontos porcentuais seria obtida, na pråtica, com duas medidas parafiscais (sem impacto no Orçamento do governo): redução de 8% para 6% do valor dos salårios que é depositado pelas empresas nas contas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e corte permanente da metade dos encargos que pagam ao Sistema S.

Além disso, a contribuição das empresas ao INSS do trabalhador que ganha até um salårio mínimo (hoje, R$ 1.045) serå isenta para o patrão, ao custo de R$ 25 bilhÔes por ano para os cofres da União. Essa medida integra o novo modelo de Carteira Verde Amarela em gestação pela equipe econÎmica. Essa desoneração vale só para o trabalhador que recebe um salårio mínimo e visa aumentar as contrataçÔes e barrar demissÔes de quem jå tem emprego formal.

Guedes tambĂ©m prepara dois acenos importantes para ter apoio ao novo tributo: Ă  classe mĂ©dia (com a ampliação da faixa que fica isenta do IR, dos atuais R$ 1,9 mil para R$ 3 mil) e Ă  indĂșstria, com o fim da cobrança do IPI para eletrodomĂ©sticos. Aos cofres pĂșblicos, a primeira medida tem impacto de R$ 22 bilhĂ”es e a segunda, de R$ 30 bilhĂ”es. Um corte total do IPI para todos os produtos custaria bem mais: R$ 50 bilhĂ”es, segundo fonte que trabalha na proposta. Guedes quer acabar com o IPI para produtos, como por exemplo, geladeiras, mĂĄquinas de lavar e fogĂŁo.

A medida Ă© importante para conseguir o apoio da indĂșstria ao novo tributo. O setor de serviços jĂĄ apoia a recriação da CPMF como saĂ­da para tirar do papel a chamada desoneração da folha de salĂĄrios.

Até o momento, o governo apenas enviou ao Congresso projeto de fusão de dois impostos federais: PIS e Cofins. O presidente Jair Bolsonaro deu autorização para que a equipe econÎmica avance numa proposta que inclua o novo tributo sobre transaçÔes financeiras.

Apoio

Ao EstadĂŁo, o presidente da Confederação Nacional da IndĂșstria (CNI), Robson Braga de Andrade, disse estar disposto a discutir a criação de um novo tributo nos moldes da CPMF. "Achamos que a desoneração da folha, dependendo do nĂ­vel que serĂĄ feita, talvez seja necessĂĄria com uma nova base de tributação. Hoje, estĂĄ evoluindo muito com comĂ©rcio digital", afirmou.

A conta da fatura total de medidas de compensação à recriação da CPMF seria de R$ 127 bilhÔes. Pelas contas do governo, uma nova contribuição com alíquota de 0,2% cobrada tanto no crédito (entrada dos recursos na conta) como no débito (qualquer retirada de recursos) pode arrecadar R$ 125 bilhÔes.

Para bancar o Renda Brasil, o novo programa social que vai abarcar o Bolsa FamĂ­lia, o governo quer aumentar a alĂ­quota do IR dos salĂĄrios mais altos (acima de R$ 40 mil mensais), cortar as deduçÔes de educação e saĂșde (as deduçÔes reduzem ou isentam de pagar o imposto), e tributar os lucros e dividendos (a parcela do lucro distribuĂ­da aos acionistas de uma companhia). Dependendo do modelo, o benefĂ­cio mĂ©dio do novo programa pode subir de R$ 190,16 para um patamar mais prĂłximo de R$ 300.

As informaçÔes são do jornal O Estado de S. Paulo.

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