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'É essencial que o regime fiscal seja mantido', alerta diretora do BC

Fabrício de Castro

Brasília

13/10/2020 13h37

A diretora de Assuntos Internacionais do Banco Central, Fernanda Nechio, afirmou nesta terça-feira, 13, que é essencial, para o Brasil, que o regime fiscal seja mantido. Durante participação virtual em evento do UBS, ela afirmou que o governo precisará voltar, após a pandemia, à agenda de reformas econômicas.

Fernanda Nechio citou ainda o pouco espaço fiscal no Brasil durante a crise da covid-19. Ao mesmo tempo, lembrou que o País adotou uma série de medidas na área econômica para combater os efeitos da pandemia. Especificamente, segundo ela, o BC adotou medidas para prover liquidez no sistema financeiro.

Para a diretora do BC, as medidas adotadas pela órgão e pelo governo vão favorecer a recuperação da economia. Por outro lado, ela pontuou que há questões relacionadas aos efeitos da reversão das medidas adotadas pelo governo durante a pandemia.

Selic

Fernanda Nechio avaliou, ainda, que a Selic (a taxa básica de juros) a 2,00% ao ano "provê significativo estímulo à economia". Ela também repetiu uma série de mensagens sobre política monetária contidas em documentos recentes do BC.

Entre ela, a avaliação de que o espaço remanescente para uso da política monetária, se houver, deve ser pequeno. A diretora do BC lembrou que a taxa de juros a 2,00% é a menor da história no Brasil.

Inflação

Para Fernanda Nechio, a inflação vista recentemente está muito relacionada ao tipo de recuperação da economia, concentrada em alguns setores. Ela citou ainda a depreciação das moedas de países emergentes, como o real do Brasil, que traz impactos para a inflação.

Apesar dos avanços mais recentes dos índices de preços, influenciados pelo câmbio e pelo avanço de produtos alimentícios, Fernanda Nechio afirmou que a inflação no Brasil "tende a ser temporária e se dissipar". Ainda assim, segundo ela, os dirigentes do BC continuam "muito vigilantes em relação à inflação".

A diretora de Assuntos Internacionais do BC também avaliou que a desaceleração da globalização, passada a pandemia do novo coronavírus, é um risco para países como o Brasil. Segundo ela, mudanças no comércio global podem trazer diversas consequências para os países.

Ao mesmo tempo, ela avaliou que as mudanças no comércio global também trazem "algumas oportunidades" para o Brasil. Fernanda lembrou que o País é um importante produtor de alimentos. "É possível termos algum ganho nisso", afirmou.

Fernanda Nechio participa nesta tarde de terça, por videoconferência, de painel "Macro Economic Policy in Transition - Perspectives from Advanced and Emerging Countries", promovido pela Reinventing Bretton Woods em parceria com o UBS.