Setor bancário da zona do euro conseguirá suportar choque do coronavírus, diz BCE
Segundo o dirigente, o setor ainda não registrou aumento notável no volume de empréstimos de baixa qualidade. "No entanto, esperamos um aumento nas exposições à inadimplências, especialmente quando as medidas de apoio público, como moratórias de pagamento, expirarem", explicou.
Enria ressaltou que as instituições financeiras entraram na pandemia com maior capitalização e liquidez do que na crise anterior. Contudo, para ele, alguns problemas estruturais seguem sem resolução, entre eles a baixa lucratividade e baixa eficiência de custos. "A consolidação bancária pode ser parte da solução, pois pode concentrar esforços para melhorar a eficiência de custos e desenvolver modelos de negócios mais focados e sustentáveis", destacou.
O dirigente comentou ainda os riscos causados pelas mudanças climáticas e a transição para uma economia verde. "É muito provável que esses riscos também aumentem com o tempo. O desafio agora será revisar as práticas tradicionais de gestão de risco dos bancos e garantir que possam ser adaptadas para gerenciar a exposição ao risco climático", argumentou.
Brexit
Sobre o Brexit, o processo de saída do Reino Unido da União Europeia, Enria disse que o setor deve estar preparado para todos os cenários, inclusive aquele em que a separação se oficialize em 1º de janeiro de 2021 sem um acordo comercial entre as partes. "Muitos bancos fizeram progressos consideráveis e alguns estão no bom caminho para atingir seus modelos operacionais pós-Brexit. No entanto, alguns ainda precisam intensificar seus esforços", defendeu.
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