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Para secretário, inflação não preocupa, é problema concentrado e transitório

Adolfo Sachsida, secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, em audiência pública no Senado - Jefferson Rudy/Agência Senado
Adolfo Sachsida, secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, em audiência pública no Senado Imagem: Jefferson Rudy/Agência Senado

Thaís Barcellos e Eduardo Rodrigues

Do Estadão Conteúdo, em São Paulo e Brasília

28/10/2020 17h43

O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, afirmou que a inflação não preocupa e que as pressões atuais são um problema concentrado e transitório. A avaliação foi feita durante participação em debate virtual promovido pelo Banco Safra.

Sobre o tema, Sachsida comentou que o Banco Central está fazendo um grande trabalho e que o governo precisa seguir na agenda de consolidação fiscal e de produtividade. O secretário reafirmou ainda que a regra do teto de gastos será respeitada pelo governo.

"Vou ser curto e grosso: o teto de gastos será respeitado", disse ele.

Com o País e o mundo mais endividado e pobre após a pandemia de coronavírus, Sachsida afirmou que faz sentido tirar dos mais ricos para dar para os mais pobres, citando a reforma administrativa e os programas sociais.

"Outro ponto são os programas sociais e precisamos fazer escolhas, faz sentido alguém ter 60 dias de férias? Temos reforma administrativa e temos de nos perguntar se faz sentido continuar dando dinheiro para os mais ricos. Sugiro tirar dos ricos para dar para os mais pobres, fazer realocação do orçamento", disse ele, sem citar iniciativas do governo de ampliação do Bolsa Família, como o programa Renda Brasil ou Cidadã.

Neste cenário pós-pandemia, o secretário também afirmou que será necessário criar mais empregos e então reduzir custos de contratação. Segundo estudo da SPE, citado por Sachsida, uma redução de 10% nos custos de contratação poderia elevar em 3,0% os empregos formais.

No debate, o secretário afirmou que, com a pandemia, algumas variáveis da economia deixaram de ser importante para indicar perspectiva, como a taxa de desemprego. Por exemplo, disse ele, atualmente, muitas pessoas não estão trabalhando, mas não são classificadas como desempregadas, pois tampouco estão procurando emprego.

"Acho que, no ano que vem, vai acontecer o oposto. O desemprego real vai estar caindo, mas os dados de desemprego vão estar subindo", afirmou apostando na recuperação do setor informal em 2021 com a reabertura econômica.

Sachsida também comentou que o tema da sustentabilidade é "carro-chefe" na SPE e que a secretaria está montando uma agenda ambiental, mas não deu mais detalhes sobre as iniciativas.