Guedes: governo está superendividado; tem que voltar à trilha de reformas
O ministro da Economia, Paulo Guedes, reiterou hoje a promessa de derrubar a partir do ano que vem a dívida pública como proporção do Produto Interno Bruto (PIB), enfatizando também que o governo não vai permitir uma evolução do endividamento em bola de neve.
Ao participar de premiação da revista Exame, o comandante da equipe econômica apontou o "superendividamento" do governo brasileiro para defender o avanço da agenda de reformas.
"O governo brasileiro está superendividado ... Tem que voltar à trilha das reformas", afirmou Guedes, prometendo, no mesmo evento, colocar um freio na escalada da dívida pública após a explosão dos gastos no combate à pandemia.
"Não vamos nos endividar em bola de neve. A dívida só subiu por conta da covid-19. No primeiro ano do governo 2019, derrubamos a relação divida/PIB. Vamos em 2021 derrubar a dívida/PIB de novo", assegurou enfaticamente o ministro da Economia.
Durante o evento, do qual participou com um vídeo gravado, Guedes reafirmou que o governo segue um programa liberal-democrata e não vai aumentar impostos. Sobre o tema, repetiu que a intenção é desonerar a folha salarial das empresas, onde recai uma tributação que funciona como, conforme classificou, uma "arma de destruição em massa de empregos".
Ao salientar que o Brasil vai conseguir escapar da armadilha do baixo crescimento, Guedes apontou as atualizações de marcos regulatórios promovidas durante o governo como o detonador de um "choque de investimentos" na área de infraestrutura.
"Nosso desafio é transformar a onda de consumo que tirou o Brasil do choque da covid em crescimento autossustentável, já a partir do ano que vem, em cima dessa onda de investimento e modernização do marco regulatório."
O ministro afirmou também que o Brasil pode surpreender os analistas que projetam hoje crescimento entre 3% e 4% da economia no ano que vem.
Ao comemorar mais uma vez o que ele vem chamando de recuperação econômica em "V", Guedes considerou eficazes as medidas do governo que consumiram o equivalente a 8,2% do PIB.
"Em três meses fomos ao inferno, em três meses estamos voltando à normalidade... Após o terrível pesadelo que foi a pandemia, o Brasil está voltando", assinalou o ministro, que também reforçou a mensagem de que o governo iniciou o processo de desmonte dos estímulos fiscais lançados na pandemia.
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