Fipe projeta IPC de 0,39% em fevereiro com fim da pressão de energia e educação
A desaceleração, resume Moreira, deve ocorrer principalmente com o fim de algumas das principais pressões altistas de janeiro, como a tarifa de eletricidade residencial, que levou o grupo Habitação para uma alta de 0,80% no mês, e os reajustes em mensalidades escolares, que fizeram o grupo Educação avançar 2,38% no primeiro mês de 2021.
O IPC-Fipe de janeiro apresentou alta de 0,86%, ficando dentro das expectativas do mercado apuradas pelo Projeções Broadcast, entre 0,40% e 0,97%, mas abaixo da mediana da pesquisa, que era de 0,94%.
Comparando o fechamento de janeiro com a projeção da Fipe para a leitura final de fevereiro, são esperadas desacelerações nos grupos Habitação (0,80% para -0,11%), Alimentação (1,50% para 0,85%), Vestuário (0,91% para 0,60%), Saúde (2,12% para 1,0%) e Educação (2,38% para 0,20%). No sentido oposto, devem ganhar tração os índices de Transportes (0,92% para 0,98%) e Despesas Pessoais (-1,12% para -0,22%).
"Em fevereiro, o que vai pesar mais será Alimentação, que continua na dinâmica de alta que temos visto ultimamente, o que é impressionante. Já vemos aumento nas carnes e alguns alimentos que tiveram aumento de custos no ano passado apresentam reajustes agora, especialmente os industrializados, como forma de haver alguma recomposição das margens", explica Moreira.
2021
Para o ano, a Fipe manteve a projeção de IPC acumulando em 4,0%, sendo que um terço disso reside em Alimentação, cuja expectativa é de alta acumulada de 5,33% até dezembro, depois de variar 16,12% em 2020.
"Os fatores que causaram inflação em 2020 permanecem, mas estarão atenuados, especialmente o câmbio e a própria pandemia. Estamos voltando a um padrão mais comportado", defende Moreira.
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