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Embaixador argentino na UE defende acordo com Mercosul, mas reconhece impasse

Embaixador argentino na UE defende acordo com Mercosul, mas reconhece impasse - Getty Images/iStockphoto
Embaixador argentino na UE defende acordo com Mercosul, mas reconhece impasse Imagem: Getty Images/iStockphoto

André Marinho

São Paulo

25/02/2021 17h01

O embaixador da Argentina na União Europeia, Pablo Ariel Grinspun, defendeu o acordo comercial entre o bloco e o Mercosul, durante discurso em sessão no Comitê de Comércio Internacional do Parlamento Europeu nesta quinta-feira. O diplomata, contudo, reconheceu as resistências ao tratado na Europa, por conta da questão ambiental, e se disse disposto a trabalhar com europeus para tratar do tema.

Segundo ele, como presidente temporário do bloco sul-americano, o governo argentino segue comprometido com a ratificação do texto. "O acordo tem sido criticado na Europa por conta de seu possível impacto no meio ambiente, mas é provavelmente o acordo mais ambicioso da UE até hoje em termos de sustentabilidade", disse.

O diplomata lembrou que a maior parte das provisões de liberalização comercial será aplicada ao setor industrial, não ao agronegócio, no qual muitos bens já são isentos de impostos. "Apesar das críticas, os produtos de agricultura mais importantes para fazendeiros europeus ficarão protegidos", ressaltou.

De acordo com Grinspun, o Mercosul está aberto a fazer mais concessões em relação à questão climática. "Estamos preocupados, no entanto, porque o tempo está passando e ainda não recebemos nenhum sinal da parte europeia para trabalhar conjuntamente nesse ponto", salientou, acrescentando que a questão climática não pode ser dissociada do tema do desenvolvimento econômico.

No discurso de abertura, o eurodeputado Bernd Lange, que preside a comissão, destacou que o tratado tem uma série de benefícios políticos e econômicos. "Mas, por outro lado, sabemos que há problemas com o desmatamento, especificamente na região da Amazônia", ponderou.

Após 20 anos de negociações, a associação comercial entre os dois blocos foi finalizada em 2019 por líderes políticos, mas ainda precisa ser ratificada por todos os órgãos legislativos das regiões. A pauta está paralisada na Europa, onde cresce a resistência à política ambiental na América do Sul, sobretudo no Brasil.