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Governo quer reduzir estabilidade para funcionários em venda dos Correios

Segundo a secretária, não há precedente em outros projetos de privatização tocados pelo governo de uma estabilidade que chegue a 18 meses - Edu Andrade/ASCOM/Ministério da Economia
Segundo a secretária, não há precedente em outros projetos de privatização tocados pelo governo de uma estabilidade que chegue a 18 meses Imagem: Edu Andrade/ASCOM/Ministério da Economia

Amanda Pupo

16/07/2021 08h00

A secretária especial do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), Martha Seillier, indicou que o governo federal vai tentar reduzir a estabilidade de 18 meses para funcionários dos Correios com a venda da estatal, como prevê o parecer do deputado Gil Cutrim (Republicanos-MA). Ele é relator do projeto de lei que permite a privatização dos Correios, estatal que detém o monopólio dos serviços postais (correspondências), e que deve ser votado em agosto pela Câmara dos Deputados.

Em entrevista ao Live Broadcast ontem, a secretária elogiou o trabalho do parlamentar no relatório, mas ressaltou que a duração da estabilidade — que veda demissões por um período pelo novo dono do Correios — precisa ser melhor calibrada.

Segundo ela, não há precedente em outros projetos de privatização tocados pelo governo de uma estabilidade que chegue a 18 meses — o máximo, até agora, seria de um ano. A secretária alertou que, a partir disso, a medida pode resultar em algum ônus para a nova administração e afastar o interesse de investidores no leilão.

"Uma estabilidade muito grande pode ser vista pelo investidor que está vindo como preocupação", disse. Ela afirmou que uma estabilidade bem calibrada é importante para que os trabalhadores da estatal, hoje com quase 100 mil funcionários, tenham oportunidade de mostrar seu valor para a companhia.

A secretária disse também que, apesar de a população muitas vezes associar o processo de privatização a demissões, no caso dos Correios o que se vislumbra é o contrário, com a possibilidade de contratações ao longo dos anos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.