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PIB poderá subir até 1,5% em 2022 e pessimistas vão errar de novo, diz Guedes

Ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que as projeções do mercado para o PIB em 2022 apenas crescerão ao longo do ano, podendo chegar a 1,5% - Cláudio Reis/Enquadrar/Estadão Conteúdo
Ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que as projeções do mercado para o PIB em 2022 apenas crescerão ao longo do ano, podendo chegar a 1,5% Imagem: Cláudio Reis/Enquadrar/Estadão Conteúdo

Guilherme Bianchini e Guilherme Pimenta

São Paulo

22/02/2022 08h53Atualizada em 22/02/2022 10h34

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que as projeções do mercado para o Produto Interno Brasileiro (PIB) do Brasil em 2022 apenas crescerão ao longo do ano, podendo chegar até a uma expansão de 1,5%. Em entrevista à Jovem Pan News, Guedes voltou a criticar os "pessimistas" que preveem retração ou crescimento baixo da economia.

"Eles [pessimistas] vão errar de novo, não tenho a menor dúvida. Eles têm errado desde o início. Na última vez em que estivemos [presencialmente] no G-20, chamei a atenção deles pelo seguinte: fazem toda hora previsões onde subestimam o Brasil e superestimam o que acontece com eles, mas, na verdade, vacinamos mais do que eles e estamos crescendo mais do que a média deles. E este ano vai acontecer a mesma coisa", disse Guedes.

PIB

O ministro afirmou que o crescimento do PIB em 2021, que deve ficar em torno de 4,5%, poderia ser de até 6,5%, mas ao custo de uma inflação ainda mais alta. "Aproveitamos a recuperação forte e atenuamos os estímulos fiscais e monetários para que o Brasil possa crescer de uma forma sustentável. Em vez de fazer como no passado, na tentativa de fuga de crises anteriores, que acabaram levando o Brasil ao caos", explicou.

Guedes atribuiu a inflação persistente no Brasil a um fenômeno global que uniu contratação da oferta com estímulos fiscais e monetários que expandiram a demanda.

"Acho uma enorme desonestidade intelectual as mesmas pessoas que reconhecem o efeito devastador da pandemia sobre a saúde no mundo não reconhecerem também o efeito devastador sobre a economia", disse o ministro na entrevista. "Os Estados Unidos estão com a taxa mais alta de inflação nos últimos 35 anos. A Europa, dos últimos 30. Além disso, houve um agravante particular no Brasil, que foi a crise hídrica. Teve um choque de inflação de energia."

Reformas

Paulo Guedes também disse na entrevista que a reforma mais importante para o crescimento do Brasil no futuro é a tributária. De acordo com Guedes, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se comprometeram a dar andamento à pauta das reformas, apesar de 2022 ser um ano eleitoral.

A revisão da tabela do Imposto de Renda de Pessoa Física, disse ele, deveria ser discutida no âmbito das mudanças tributárias. No mesmo sentido, ele falou que "casos particulares" de reajustes a servidores públicos deveriam ser tratados no âmbito da reforma administrativa.

Privatizações

O ministro da Economia disse não acreditar que a Eletrobras seja privatizada já no primeiro semestre, ao contrário do que têm dito membros da equipe econômica.

Questionado, Guedes disse acreditar que a estatal responsável pela geração de energia será privatizada - e espera que isso aconteça rápido. Na última semana, o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou a primeira etapa da modelagem da estatal e tende a julgar a segunda etapa entre março e abril.

"Agora é só a mecânica de privatização girar. Acreditamos que vá girar e vá acontecer. Gostaríamos que acontecesse o mais rápido possível. Não acreditamos que seja tão rápido, ainda no primeiro semestre", respondeu o ministro.

O chefe da pasta econômica falou que aguarda ainda para este ano a privatização dos Correios, que está no Senado e é prioridade para o governo, os aeroportos de Congonhas e Santos Dumont, além dos portos de Vitória e de Santos.

O ministro também disse acreditar que as privatizações farão parte de um "bom debate" no programa eleitoral deste ano, principalmente porque o líder das pesquisas, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tem se posicionado contra a venda das empresas estatais.